Desde março de 2019 o Espaço Socialista e o Movimento de Organização Socialista se fundiram em uma só organização, a Emancipação Socialista. Não deixe de ler o nosso Manifesto!

Manifesto – Reconstruir o movimento dos trabalhadores numa perspectiva revolucionária e socialista

Reconstruir o movimento dos trabalhadores numa perspectiva revolucionária e socialista

Estamos diante de um momento histórico em que a besta capitalista luta para sobreviver, mesmo que com isso leve o mundo à destruição. O velho está morrendo e o novo luta para nascer. Diante da crise e instabilidade crescentes, os revolucionários e os trabalhadores conscientes tem a missão de ajudarem a classe trabalhadora a construir uma alternativa revolucionária à sociedade capitalista exploradora e opressora.

Todos são a favor da unidade, falam em unidade, mas então por quê é tão difícil concretizá-la? Diante dos imensos ataques que a classe trabalhadora vem sofrendo e outros maiores que ainda virão, diante da fragmentação e do retrocesso da consciência, a unidade da classe trabalhadora e do movimento de todos os explorados e oprimidos é uma questão central, que vai além da luta de resistência. Ela deve ser construída a partir da existência de interesses de classe comuns na luta contra um inimigo comum. A unidade é fundamental para reconstituir a consciência de classe. O centro de toda atividade revolucionária consciente é impulsionar a reconstrução do movimento na luta contra a exploração e a opressão, combatendo os governos capitalistas de turno e o regime democrático burguês, e apontando uma perspectiva socialista.

As organizações de esquerda chamam a unidade, mas o que prevalece é a disputa pela "direção do movimento" que se dá nas táticas conjunturais e não na essência política. Todos querem a unidade, mas a "sua" unidade, para com isso construir a sua organização – mas não há nenhuma construção de organizações/partidos revolucionários se a classe não se reconstruir enquanto tal. Portanto não serão os acordos por cima que forjarão a unidade, mas o debate político no movimento e a dinâmica concreta da luta de classes.

Todos são a favor da democracia operária, mas desde que prevaleçam "as suas posições revolucionárias". A democracia operária não é simplesmente o direito de expressão de todas as correntes de pensamento comprometidas com a luta proletária no interior do movimento, num debate fechado que termina em uma votação, mas um processo que se constrói no sentido de que a classe trabalhadora possa, diante das polêmicas, ir aumentando sua compreensão da realidade e sua consciência, e em última instância, chegar ao que é fundamental: a classe é quem deve decidir sobre tudo, inclusive sobre o seu próprio destino.

O exercício da democracia não é um fim em si mesmo, é o exercício da construção de uma nova sociedade, e que as organizações de esquerda deveriam expressar, não simplesmente em seus discursos/programas, mas incorporando permanentemente em sua práxis política.

Todos são contra a burocratização, mas não basta exorcizar o demônio. Para combatê-lo precisamos descobrir e entender suas raízes políticas e sociais. O isolamento e a marginalidade político-social a que as organizações de esquerda estiveram submetidas, fizeram com que buscassem atalhos na busca da direção da classe trabalhadora, desvinculado-se de uma relação real com o movimento e organização real dos trabalhadores. A conquista dos aparatos sindicais, dos cargos parlamentares e mesmo da legalização partidária e sua manutenção, transformaram-se em uma necessidade imperiosa em si mesma. O longo período de estabilidade da democracia burguesa provocou a adaptação à rotina e privilégios dos aparatos, com conseqüências desastrosas na consciência e ação. Junto com isso, o baixo nível de formação política/teórica dos ativistas e militantes, a incapacidade de fazer um debate sério frente aos elementos novos da realidade, a concepção messiânica de ser transmissor da verdade revolucionária, tudo isso dá origem a uma prática em que prevalece a imposição das posições a qualquer preço e fundamentalmente o distanciamento das bases do movimento e de sua disputa política, ideológica e organizativa. Portanto, é necessário tomar medidas radicais de combate à burocratização, que não podem ser um fim em si, mas parte de uma revolução na relação com movimento dos trabalhadores e na ação sindical e política.

A Nova Central que vai surgir, fruto da confluência de forças que não passaram para o lado da ordem burguesa e permaneceram no terreno da luta dos trabalhadores, não pode ser uma soma de correntes organizadas. Apesar de todas a suas contradições, tem que ser uma síntese que rompa com a estrutura sindical estatista vigente, que nesta etapa de acúmulo de forças, permita ações unitárias e se construa como referência para que, quando o movimento de acenso explodir, tenha condições de se postular enquanto direção. Para isso, tem que romper com o imediatismo e a adaptação ao calendário das campanhas salariais e eleitorais; tem que encaminhar a luta contra o sucateamento do serviço público, a precarização do trabalho seja formal ou informal, o rebaixamento do nível de vida, lutar pela estabilidade no emprego, numa ação permanente de agitação, propaganda e organização na base.

Diante do processo eleitoral em que a classe dominante usa de todos os artíficios para iludir a classe trabalhadora, apresentando uma falsa polarização de projetos, que apesar de diferenças pontuais, representam a mesma essência de manutenção da ordem capitalista; diante do discurso de que trata-se de eleger o administrador mais competente e assim tudo irá melhorar; e ainda com os mecanismos da burguesia para manter a classe passiva diante da exploração e da opressão; diante disso tudo a falta de disposição política, apesar de todos os discursos em contrário, de construir uma frente de esquerda, que a partir da base do movimento, denunciasse a falsidade da democracia burguesa e apresentasse uma alternativa de classe é extremamente equivocada. Este debate não deve ficar restrito às direções dos partidos, mas ser feito pelo conjunto do movimento, devem ser chamadas plenárias de base que possibilitem, mantendo a autonomia dos partidos, um posicionar-se sobre o encaminhamento de uma campanha eleitoral onde a classe não se depare com a divisão e disputa dentro do campo socialista.

As organizações da esquerda socialista têm sido incapazes de romper com o esquematismo, com o voluntarismo inconseqüente e com a capitulação reformista ao atraso da consciência das massas. Por outro lado, a dispersão dos grupos de esquerda e ativistas revolucionários e socialistas críticos, impossibilita o avanço do debate e a construção de uma alternativa que não se baseie num amontoado de palavras de ordem/reivindicações "principistas" e sim numa compreensão comum da realidade e dos desafios colocados que permita sair de uma atuação limitada e do discurso abstrato para uma ação política revolucionária concreta.

Diante disto, é urgente ter a iniciativa de construção de um bloco que reúna os que compartilhem desse entendimento, de modo a potencializar a força de intervenção e avançar a partir da experiência, debate e confluência políticas na construção de um movimento socialista e revolucionário que intervenha no processo vivo da luta de classes.

Leia mais

Todo apoio às lutas: greves na USP, judiciários…

Ao contrário do que dizem a imprensa e o governo, a crise econômica não acabou. A economia cresce artificialmente graças à facilidade para se obter empréstimos, ou seja, graças ao endividamento. O governo também se endividou fazendo empréstimos e fornecendo dinheiro para ajudar as empresas, e terá que economizar dinheiro, cortando despesas nos serviços públicos. Ou seja, o governo terá menos dinheiro para gastar naquilo que os trabalhadores precisam: escolas, hospitais, transporte público, etc. Outra forma de economizar é congelar os salários dos servidores.

É uma situação semelhante a da Grécia, em que os trabalhadores têm feito várias greves gerais para defender seus direitos trabalhistas. O Brasil ainda não está na mesma situação porque as dívidas do governo, embora altas, ainda estão sendo pagas. A situação parece estar sob controle e deve continuar assim, pelo menos até as eleições, pois o próximo governo, seja ele qual for, terá que ser mais duro contra os trabalhadores para continuar ajudando os empresários.

O governo já se adiantou e vêm utilizando formas de repressão que estão sendo usadas contra aqueles que ousam lutar.

Um Congresso corrupto vota leis que defendem a propriedade privada e os lucros dos empresários. A Justiça, formada por membros da classe dominante, julga e manda a polícia e as forças armadas para matar e prender os trabalhadores. E quando os trabalhadores que estão em luta são mortos, os assassinos e seus mandantes saem livres. Um governo que se diz democrático e popular ajuda os empresários e deixa os trabalhadores serem atacados.

Como patrão dos servidores públicos, o governo endurece contra as greves. Trabalhadores/as da USP, UNESP e UNICAMP, servidores do judiciário estadual e federal estão em greve há mais de 30 dias enfrentando o governo e a repressão. É o caso dos servidores da USP(cuja reitoria mandou cortar o ponto dos grevistas), UNESP E UNICAMP. Na greve dos servidores da justiça federal, está sendo exigido que 60% dos trabalhadores permaneçam em serviço, ou seja, na prática, querem impedir que os trabalhadores entrem em luta e usem o direito legítimo de greve para defender seus salários e condições de vida. Essas greves precisam de todo nosso apoio, pois a imprensa patronal boicota todas elas.

O governo não dá aumento porque quer direcionar todo o dinheiro para o pagamento da dívida externa e para ajudar os banqueiros. O governo, com essa política, escolheu o lado dos ricos e poderosos. E nós também escolhemos o nosso: estamos incondicionalmente do lado dos trabalhadores, que lutam.

Outra questão importante é a luta contra a criminalização dos movimentos sociais. Mesmo que tenhamos críticas aos dirigentes do MST, somos solidários aos que estão na linha de frente das ocupações e da resistência, que enfrentam diariamente a morte, a perseguição e a prisão por lutarem contra o latifúndio.

Mesmo que não estejamos no mesmo partido do companheiro Aldo Santos, ex-vereador de São Bernardo, não podemos aceitar a perda dos direitos políticos como punição por sua luta em defesa dos sem-teto, enquanto políticos burgueses corruptos, assassinos, etc., permanecem à solta.

As discordâncias no interior do movimento dos trabalhadores devem ser discutidas democraticamente. Quando se trata do enfrentamento com a classe dominante e seu governo, que está matando, prendendo, perseguindo, demitindo, punindo os lutadores e grevistas, a solidariedade deve ser incondicional. Os ataques contra qualquer militante de esquerda são ataques contra todos nós e contra a classe trabalhadora.

Diante desses ataques, todas as forças devem se unir entorno de uma ampla campanha nacional em defesa das lutas dos trabalhadores, exigindo direitos democráticos, direito de greve e de manifestação para os que lutam e a prisão dos assassinos, mandantes e dos cúmplices que se escondem atrás de um terno. Em relação às greves é importante que as entidades, além de apoiarem politicamente, também façam campanha de doações para o fundo de greve dos trabalhadores em greve.

  • Todo apoio às greves dos trabalhadores da USP e do Judiciário!
  • Não às punições contra os grevistas e lutadores!
  • Liberdade para todos os militantes dos movimentos sociais presos, vítimas de perseguição política!
  • Expropriação do latifúndio e do agronegócio! Terra para todos os trabalhadores do campo!
  • Reforma Agrária e Urbana sob o controle dos trabalhadores!
  • Moradia para todas as vítimas de enchentes e deslizamentos!
  • Prisão para todos que atentam contra a vida dos trabalhadores!
  • Extinção das milícias armadas, financiadas e mantidas pelo latifúndio!
  • Solidariedade, apoio político e ajuda concreta aos companheiros acampados do MTST
Leia mais

Moção de Apoio do Espaço Socialista à greve dos funcionários da USP, UNESP e UNICAMP

Nós, militantes do Espaço Socialista, manifestamos por meio desta, nosso total e incondicional apoio com a greve dos bravos funcionários da USP, UNESP e UNICAMP.

Repudiamos a quebra da isonomia salarial entre professores e servidores técnico-administrativo e consideramos esta como uma política de discriminação clara.

Salientamos ainda que somos solidários a toda luta dos trabalhadores e que repudiamos a criminalização dos movimentos sociais e os ataques ao direito de greve que os governos petistas, tucanos e seus pares têm empreendido contra a classe trabalhadora.

Gostaríamos de ressaltar que estamos à disposição para qualquer tipo de ajuda que venham a precisar.

Muita força e até a vitória,

Espaço Socialista – Organização Marxista Revolucionária.

Leia mais

Bancários – Por um encontro nacional que reorganize o polo combativo da oposição

O Movimento Nacional de Oposição Bancária (MNOB) surgiu da histórica greve nacional de 30 dias em 2004, como um pólo aglutinador da vanguarda do movimento grevista, sendo composto por lutadores, piqueteiros, líderes que ajudaram na mobilização até o último dia de greve.

Inicialmente, o MNOB abrangia todos os setores que eram contra os banqueiros e contra o governo Lula. Como punição aos grevistas, foi "instituído" desde então o desconto dos dias parados nos bancos federais. Isso deixou claro de que lado estavam Lula e o PT.

De 2004 em diante, o MNOB sofreu um progressivo esvaziamento, como reflexo do próprio esvaziamento das greves e das lutas da categoria desde então. Além disso, muitos companheiros independentes, integrantes de correntes políticas minoritárias ou de coletivos locais também se afastaram, devido à discordância com a forma como a corrente política majoritária do MNOB (PSTU) conduzia o movimento. De modo geral, a linha política já vinha "pronta", tendo sido decidida pelo partido em seus fóruns internos e trazida ao movimento para ser executada pelos demais. Os panfletos, por exemplo, já surgem escritos, cabendo aos demais apenas distribuí-los.

Outro fator que contribuiu para o esvaziamento do movimento foi a falta de organicidade da Oposição. As reuniões só ocorriam quando o PSTU decidia que poderiam ocorrer (houve inclusive casos de reuniões desmarcadas sem aviso aos demais integrantes que não eram do partido).

Além de se enfrentar com os banqueiros, o governo e a Articulação na direção oficial do movimento, a categoria teve que lidar também com os problemas internos de organização da Oposição, que apesar de lutas heróicas, não conseguiu reverter os ataques que a categoria vem sofrendo em seus vários seguimentos.

Numa crise econômica como a atual, os patrões e os governos estão cada vez mais unidos para jogar nas costas dos trabalhadores o ônus da bancarrota capitalista. O atual estágio de esfacelamento da Oposição, numa conjuntura de crise como essa, recoloca na ordem do dia a unidade dos lutadores. Nesse sentido, é necessário organizar um Encontro Nacional da Oposição Bancária, aberto à participação de todos os bancários que tenham claro que os nossos inimigos são os governos, a Articulação e os banqueiros.

A unidade a ser construída precisa se pautar por uma nova metodologia, que corrija os problemas que causaram o esvaziamento do MNOB ao longo dos anos. É preciso que haja democracia na definição da política, uma Coordenação eleita com mandato e tarefas definidas, organicidade nas atividades, prestação de contas regulares, etc. É preciso que os fóruns do movimento sejam respeitados e que o MNOB não seja propriedade deste ou daquele partido.

Proposta de encontro do PSTU: mais do mesmo

A discussão sobre o Encontro está ocorrendo nos fóruns do MNOB, tendo sido indicado o início do mês de julho como data provável de sua realização. No último period, o PSTU tem defendido um Encontro de dois dias. No primeiro dia seriam discutidas ações conjuntas com as várias oposições. No segundo, haveria uma discussão apenas com os setores que atualmente se identificam como MNOB, para tratar de sua reorganização interna. O problema é que o MNOB se reduziu praticamente a militantes do PSTU, de forma que uma reorganização do MNOB nesses moldes continuaria aquém das necessidades da categoria. Os bancários precisam da unidade das oposições para ter condições de lutar contra o controle da Articulação sobre as campanhas salariais. Por isso, é preciso reorganizar uma Oposição Nacional que agrupe todos os coletivos e militantes independentes que tenham atuação combativa na categoria e que se coloquem como oposição aos banqueiros, ao governo e à Articulação.

Nós, do Espaço Socialista, defendemos um Encontro de caráter aberto, democrático e que sirva para construir uma Nova Oposição, uma Frente Nacional de todas as forças de oposição, de caráter mais plural e de base, como foi um dia o MNOB na sua fundação em Caetés-MG 2004.

Leia mais

Todo o apoio à luta dos trabalhadores da USP

No dia 5 de maio teve início a greve dos servidores técnico-administrativos da USP, categoria que reúne 15 mil trabalhadores, organizados pelo Sintusp, sindicato combativo filiado à Conlutas.

A greve faz parte da campanha salarial da categoria, que tem como principal reivindicação econômica um reajuste de cerca de 17% referente a perdas acumuladas. A greve também se faz em torno da defesa da universidade pública e da livre organização dos trabalhadores, o que se materializa em uma série de outras reivindicações:

  • Fim da Univesp (Universidade Virtual do Estado de São Paulo), projeto de educação à distância, sem aulas presenciais, com o conteúdo sendo transmitido via internet. O objetivo desse projeto é fornecer uma pseudo-formação universitária de segunda linha para setores da população que não podem ingressar na Universidade, maquiando as estatísticas de ensino superior com uma falsa ampliação. Além disso, o projeto ataca a carreira docente da Universidade, pois desobriga o Estado de contratar professores na quantidade necessária para prover um ensino de qualidade.
  • Aumento das verbas destinadas à manutenção da Universidade. Os governos estaduais e o governo federal têm reduzido as verbas destinadas à educação para desviar o dinheiro público para as grandes empresas capitalistas atingidas pela crise mundial.
  • Fim da tentativa da reitoria da USP de obrigar cerca de 5 mil funcionários (um terço do quadro funcional) a prestar novo concurso, sob ameaça de demissão. Muitos dos servidores ameaçados já estão na Universidade há mais de vinte anos.
  • Fim dos processos judiciais e multas contra o Sintusp e o DCE (Diretório Central dos Estudantes) e fim dos 50 processos administrativos e sindicâncias contra servidores e alunos. Essas medidas repressivas são uma represália ao movimento de 2007, que teve seu auge na ocupação do prédio da reitoria que reverteu os projetos do governo Serra que retiravam a autonomia financeira e administrativa da Universidade. Na ocasião, o Sintusp apoiou a luta dos estudantes. A resposta da reitoria foi a demissão ilegal do diretor da entidade, Claudionor Brandão, em 2008. Uma das pautas centrais do movimento é a reintegração de Brandão.

Desde o início da greve a reitoria se recusava a negociar com os representantes dos trabalhadores. Mas no dia 01/06 a truculência chegou ao auge com o pedido da reitora Suely Vilela de que a tropa de choque da PM invadisse o campus da Cidade Universitária para reprimir os piquetes, sobre o pretexto de supostos "danos ao patrimônio público". Trata-se de uma medida ilegal, já que o estatuto da Universidade garante a sua inviolabilidade e proibe o aparato policial de adentrar ao campus.

A invasão da PM provocou imediata reação de outros setores da comunidade acadêmica. Os docentes (que se organizam numa entidade separada, a Adusp, filiada ao Andes-Sindicato Nacional) e os estudantes realizaram um ato de protesto em conjunto no dia 02/06. Nas assembléias do dia 04/06, professores e estudantes também entraram em greve, em solidariedade aos funcionários. Trata-se de uma greve fortemente política, de apoio aos trabalhadores e de repúdio ao autoritarismo da reitoria e do governo estadual.

O governo Serra, em plena vigência da democracia burguesa, se comporta de forma tão ou mais agressiva que a ditadura militar. A última invasão da Polícia na USP, para reprimir a greve dos funcionários ocorreu há 30 anos, em plena ditadura militar, quando se iniciava a organização popular do movimento contra a ditadura. Em 2007, com a reitoria ocupada pelos estudantes, o governo Serra não se atreveu a enviar a polícia ao campus.

Agora, em 2009, o movimento dos trabalhadores, estudantes e professores se choca frontalmente contra a política de Serra e Lula de destruição da educação pública, sucateamento dos serviços públicos em geral, arrocho salarial dos servidores. Essa política é central tanto para o PSDB como para o PT, pois trata- se de um projeto da burguesia brasileira e mundial, que visa esvaziar as funções do Estado e desviar os recursos públicos para o socorro ao capital, seriamente ameaçado pela crise estrutural.

Devido à sua importância, o movimento está sendo duramente atacado, o que demonstra a disposição da burguesia de usar a força para reprimir movimentos que contestem os aspectos centrais de sua política. A imprensa burguesa, por sua vez, cumpre mais uma vez o papel nefasto de desinformar a população e apresentar os setores em luta como "vândalos, arruaceiros, bandidos", tentando colocar a opinião pública contra o movimento.

Por fim, no dia 09/06, um ato conjunto de trabalhadores, estudantes e professores, com apoio de caravanas de outros campi e de representantes de outras entidades, visando forçar a reabertura das negociações, foi alvo de uma violenta repressão da polícia. Cenas de guerra foram vistas no campus da USP, com uso de bombas de gás lacrimogêneo, bombas de efeito moral, espancamento e prisão de manifestantes, entre os quais Claudionor Brandão.

O Espaço Socialista se solidariza com a luta de trabalhadores, estudantes e professores e colocará todas as suas forças numa campanha de apoio à greve e às suas reivindicações.

Também estamos impulsionando uma campanha de apoio, com abaixo assinado em outras categorias, panfletagens, atos e reuniões de solidariedade, moções, etc.

  • Fora a Polícia Militar do campus!
  • Fora Suely Vilela, Paulo Renato, serra e seu autoritarismo!
  • Não à Univesp e à precarização da formação universitária!
  • Pela revogação de todos os processos administrativos e judiciais envolvendo lideranças do movimento!
  • Pela reintegração de todas as lideranças do movimento, incluindo o diretor do SINTUSP, Claudionor Brandão!
  • Fora as fundações privadas, que se aproveitam da estrutura da universidade como balcão de negócios!
  • Por uma universidade pública, gratuita e de qualidade para todos
Leia mais