NESSAS ELEIÇÕES: O QUE FAZER?
Há uma decepção e um mal-estar com as eleições. Essa descrença é geral e envolve as mais tradicionais “democracias”, como a França e a Grécia, pois setores cada vez maiores dos trabalhadores e da juventude veem que os vários governos e parlamentos eleitos agem em prol dos empresários e não hesitam em atacar os direitos e condições de vida dos trabalhadores, a maioria que os elegeu.
É cada vez mais nítido que no chamado “jogo democrático” as empresas levam grande vantagem sobre os trabalhadores, pois podem bancar megacampanhas para eleger seus representantes, que passam a decidir sobre todos os rumos do país de acordo com as suas próprias necessidades e não do povo.
Enquanto isso, quando os trabalhadores reivindicam algo como Saúde, Educação, moradia e transporte dignos, esses mesmos senhores logo mandam a polícia para bater, prender ou matar.
A democracia que temos é uma democracia dos ricos. Para os trabalhadores continua um regime de opressão, que mantém e aprofunda a exploração e o controle, mesmo que se empreguem alguns meios diferentes de uma ditadura militar. Mesmo esta democracia cai por terra quando a burguesia sente que seu poder e seus privilégios estão ameaçados, pois rapidamente recorre aos golpes militares, como se viu tantas vezes na história.
É preciso, portanto, combater as ilusões de que através do voto podemos resolver qualquer problema estrutural como: ônibus lotado e caro, falta de moradia, falta de postos de saúde e de Educação de qualidade, falta de espaços culturais e de lazer, etc.
Os trabalhadores devem confiar apenas em suas próprias forças e métodos de luta como greves, passeatas, ocupações, etc. e que acreditar num processo de transformação da sociedade.
Precisamos de uma democracia real em que as decisões importantes estejam nas mãos dos trabalhadores e do povo pobre, e não de representantes financiados pelos empresários, para que assim se resolvam de fato os problemas sociais.
A utilidade do período eleitoral portanto para os trabalhadores é a de podermos debater, nos organizarmos e fortalecermos a luta pelas mudanças que realmente interessem aos trabalhadores.
EM TODAS AS CIDADES, OS MESMO PROBLEMAS… É PRECISO DIZER QUE SÓ A LUTA MUDA A VIDA!
Os problemas que enfrentamos no dia a dia são comuns nas várias cidades, o que significa que sua causa é maior. São próprios do funcionamento de uma sociedade capitalista, aprofundados pelos governos, seus agentes.
Os serviços públicos em geral estão precarizados porque os governos Dilma, Alckmin, os prefeitos e congressistas cortam cada vez mais as verbas e investimentos públicos para que esse dinheiro seja direcionado para garantir a lucratividade do setor empresarial.
Podemos ver isso no trânsito: Ao se priorizar o transporte individual, não se investe na quantidade e nem na melhoria da qualidade de ônibus e trens, pois não é lucrativo. O mesmo ocorre na área da Saúde: para favorecer os grandes planos de saúde e cortam-se verbas do SUS. E assim os problemas vão se agravando em todas as áreas. O capitalismo está levando a humanidade à barbárie!
Em cada cidade também há um grupo de famílias que enriquecem à custa da maioria que sofre sem estrutura nenhuma. Essas poucas famílias associadas às grandes empresas controlam a vida econômica e política de cada município. Dominam as empresas de ônibus, de coleta de lixo, de abastecimento de água, o comércio da região e os imóveis para moradia. Em Santo André, por exemplo, quatro famílias possuem mais de mil imóveis cada uma. Em São Caetano, 12% dos imóveis estão vazios e não estão colocados para aluguel nem venda, e servem à especulação imobiliária. Enquanto isso, 25% da população do Grande ABC mora em favelas.
É preciso que, a partir de cada local de trabalho, estudo, moradia e através de lutas, mobilizações, ocupações, etc. comecemos a assumir as decisões mais importantes e ter poder de fato. Por exemplo, mobilizarmo-nos contra o aumento de passagens, contra os aumentos e privilégios dos vereadores, contra a municipalização, por moradia, etc.
UM PROGRAMA SOCIALISTA DOS TRABALHADORES PARA AS CIDADES E PARA O PAÍS!
• Prioridade para o transporte público. Estatização das empresas de ônibus, sob controle dos trabalhadores. Aumento do número de ônibus e melhoria de sua qualidade. Tarifa social, subsidiada pelo município com arrecadação das empresas.
•Aumento do número de postos de saúde e hospitais com melhoria de qualidade.
• Barrar e reverter a Municipalização, mantendo o emprego dos professores que trabalham nas escolas estaduais.
•Apoio às lutas por moradia! Confisco e Expropriação de todos os imóveis não utilizados e sua inclusão em um programa público de moradia popular.
•Redução dos salários de todos os cargos de confiança ao salário médio de um trabalhador especializado.
• Que os trabalhadores administrem as cidades através de Conselhos Populares deliberativos e sem influências dos empresários.
• Expansão dessas lutas e formas democráticas de gestão, no sentido de um governo nacional dos trabalhadores, baseado em suas organizações de luta!
• Pelo socialismo como forma de organizar a sociedade em base às decisões coletivas e com democracia direta para o bem estar de todos em equilíbrio com o ambiente!
RECHAÇAR AS CANDIDATURAS REPRESENTANTES DOS PATRÕES E DO GOVERNO!
Apesar de denunciarmos as eleições como uma armadilha para manter os mesmos no poder e para impedir que os próprios trabalhadores exerçam o poder de fato, temos ciência de que a população irá comparecer às eleições.
Assim, mesmo priorizando as lutas diretas dos trabalhadores é preciso também disputar sua consciência com os empresários, com a direita e com os setores governistas do PT. O voto dos trabalhadores deve expressar e fortalecer o lado dos trabalhadores, das nossas lutas e da unidade entre os que lutam. Ou seja, defendemos um voto de classe e de luta também nas eleições.
Devemos rejeitar candidaturas dos vários partidos dos empresários: do bloco PSDB/DEM/PPS ou do bloco PT/PMDB/PSB e seus apoiadores. Essas candidaturas somente vão aprofundar cada vez mais os ataques aos trabalhadores. Representam os nossos inimigos.
OS PROBLEMAS NAS ORGANIZAÇÕES DE ESQUERDA E O CHAMADO A UM VOTO DE CLASSE!
Por fim, no voto, chamamos que votemos nas candidaturas classistas, que se apresentam no arco das lutas e da esquerda e que apresentam programas em defesa do trabalhador e não estão atreladas ao empresariado. Elas são representadas pelas candidaturas do PSTU (16), PSOL (50), PCO (29) e PCB (21). Entendemos que estas candidaturas não são isentas de problemas. Por exemplo, nem todas fazem uma denúncia do sistema capitalista como um todo, e a apresentação clara do socialismo como alternativa, adaptando-se demais ao meio eleitorial. Em outras ocasiões, há alianças com partidos de direita ou governistas que têm uma política que beneficia os empresários, como é o caso do PSTU em Belém (que fez uma aliança com o PCdoB) ou do PSOL em vários locais do Brasil.
Mesmo assim, para nós, faz muita diferença o trabalhador votar nas candidaturas de esquerda, mostrando que têm consciência de que é trabalhador e tem interesses distintos da burguesia.
Nós, Espaço Socialista, defendemos que houvesse um Movimento Político dos Trabalhadores, também nas eleições, preparado por ampla convocação, realização de seminários e plenárias deliberativas abertas a todos os ativistas e lutadores em cada município de modo que tanto o programa como as alianças e as candidaturas fossem decisão coletiva e unitária.
Devido à fragmentação que se expressa em várias candidaturas da esquerda, aos problemas citados acima e às desigualdades próprias de eleições municipais em um país continental optamos por um chamado geral a um Voto de Classe sempre e quando as candidaturas expressarem as lutas dos trabalhadores, não estiverem coligadas com partidos governistas e não receberem dinheiro dos empresários, no arco do PSTU,PSOL,PCB e PCO, com possibilidade de voto nulo onde esses critérios não estiverem atendidos.
Com essa posição buscamos a coerência na luta, o desenvolvimento da consciência dos trabalhadores e chamamos você a se reunir, debater e fortalecer com o Espaço Socialista esse polo prático de luta em busca da transformação geral da sociedade rumo a um outro tipo de sociedade, a sociedade socialista.
PARA PREFEITO(A) E PARA VEREADOR, VOTE EM UMA DAS LEGENDAS:
16 (PSTU) OU 21 (PCB) OU 29 (PCO) OU 50 (PSOL)