Todo apoio à luta dos trabalhadores da USP!
06/2009
Desde o dia 5 de maio os servidores técnico-administrativos da USP, categoria que reúne 15 mil trabalhadores, estão em greve. A greve faz parte da campanha salarial da categoria, que reivindica um reajuste de 17% referente a perdas acumuladas, mas que inclui outros itens como a defesa da universidade pública e da livre organização dos trabalhadores. Todas as reivindicações são para garantir uma educação pública de qualidade PARA TODA A POPULAÇÃO:
- Fim da UNIVESP (Universidade Virtual do Estado de São Paulo), projeto de educação à distância com o conteúdo sendo transmitido via internet, que terá como consequências o rebaixamento da qualidade do ensino. O projeto também ataca a carreira dos professores da Universidade, pois desobriga o Estado de contratar professores na quantidade necessária para prover um ensino de qualidade.
- Aumento das verbas destinadas à manutenção da Universidade: ( 33% da receita total de impostos, incluindo 11,6% do ICMS para as universidades estaduais e 2,1% do ICMS para o Centro Paula Souza). Os governos estadual e federal têm reduzido as verbas destinadas à educação, para desviar o dinheiro público para as grandes empresas atingidas pela crise mundial.
- Fim da tentativa da reitoria da USP de demitir cerca de 5 mil funcionários (um terço do total), obrigando-os a prestar novo concurso, sob ameaça de demissão. Muitos dos servidores ameaçados já estão na Universidade há mais de vinte anos.
- Fim dos processos judiciais e multas contra o Sintusp e o DCE (Diretório Central dos Estudantes), readmissão de Claudionor Brandão e fim dos 50 processos administrativos e sindicâncias contra servidores e alunos. Essas medidas repressivas são uma represália ao movimento de 2007, que reverteu os projetos que retiravam a autonomia financeira e administrativa da Universidade.
Reitoria, Serra e Lula atacam os trabalhadores da USP
Desde o início da greve a reitoria se recusava a negociar com o movimento, mas no dia 01/06 a truculência chegou ao auge com a ordem da reitora Suely Vilela (com o apoio de Serra e o silêncio do governo Federal) para que a PM invadisse a Cidade Universitária para reprimir os piquetes. Medida ilegal, já que o estatuto da Universidade garante a sua inviolabilidade e proíbe o aparato policial de adentrar o campus.
Parte de uma campanha de criminalização dos movimentos sociais, essa atitude expõe o verdadeiro significado da democracia burguesa: quando não consegue conter os movimentos apela para a repressão, o que demonstra a disposição da burguesia de usar a força para reprimir movimentos que contestema sua política. Desde 2007 a polícia invadiu a Fundação Santo André, a PUC São Paulo, Federal da Bahia (sob responsabilidade do governo federal) e agora a USP; fato que nem a ditadura militar se atreveu. A Reitora, Serra e Lula se comportam de forma tão ou mais agressiva que a ditadura militar.
O movimento dos trabalhadores, estudantes e professores se choca frontalmente contra a política de Serra e Lula de destruição da educação pública, sucateamento dos serviços públicos em geral e arrocho salarial dos servidores. É uma política tanto do PSDB como do PT, pois trata-se de um projeto da burguesia brasileira e mundial, que visa esvaziar as funções do Estado e desviar os recursos públicos para o socorro ao capital, seriamente ameaçado pela crise mundial.
A invasão da PM provocou imediata reação dos professores e estudantes que, no dia 02/06, realizaram um ato de protesto em conjunto com os funcionários e nas assembléias do dia 04/06, professores e estudantes também entraram em greve em apoio às reivindicações que envolvem todos os setores da universidade.
Por fim, no dia 09/06, um ato conjunto de trabalhadores, estudantes e professores, com apoio de caravanas de outros campi e de representantes de outras entidades, visando forçar a reabertura das negociações, foi alvo de uma violenta repressão da polícia. Cenas de guerra foram vistas no campus da USP, com uso de bombas de gás lacrimogêneo, bombas de efeito moral, espancamento e prisão de manifestantes, entre os quais Claudionor Brandão.
O movimento está sendo duramente atacado porque o governo sabe que ele pode fortalecer as lutas de outros setores (como professores da rede), ou seja, ele pode servir de exemplo. A imprensa burguesa, por sua vez, cumpre mais uma vez o papel nefasto de desinformar a população e apresentar os setores em luta como "vândalos, arruaceiros, bandidos", tentando colocar a opinião pública contra o movimento.
O Espaço Socialista se solidariza com a luta de trabalhadores, estudantes e professores e colocará todas as suas forças numa campanha de apoio à greve e às suas reivindicações. Fazemos um chamado a que todos desenvolvam ações (abaixo assinado, moções, participação dos atos, etc) de apoio aos trabalhadores e estudantes da USP.
- Fora a polícia militar do campus!
- Fora Suely Vilela, Paulo Renato, Serra e seu autoritarismo!
- Não à UNIVESP e à precarização da formação universitária!
- Pela revogação de todos os processos administrativos e judiciais envolvendo lideranças do movimento!
- Pela reintegração de todas as lideranças do movimento, incluindo o diretor do SINTUSP, Claudionor Brandão!
- Fora as fundações privadas, que se aproveitam da estrutura da universidade como balcão de negócios!
- Por uma universidade pública, gratuita e de qualidade para todos!
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