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Nota da Juventude do Espaço Socialista – Pelo fim da repressão nas universidades

Como a repressão avança nas universidades brasileiras é fundamental sabermos o que está acontecendo com os estudantes em vários países (como no México e no Chile) e em diversos cantos do Brasil.

Na Unifesp, em Guarulhos, são mais de 100 estudantes processados, não sabemos ao certo quantos foram presos. Na USP, há menos de um ano, 73 estudantes foram presos, sofrem ainda processos criminais e muitos outros sofrem processos administrativos. Na Fundação Santo André a situação é parecida, cerca de 30 alunos sofreram ou ainda sofrem processos. Sindicâncias são abertas de forma arbitrária, os alunos são constantemente intimidados e a mobilização estudantil é vista como atividade criminal. Na UFES, federal do Espírito Santo, a repressão aos estudantes está na ordem do dia. A polícia tem livre acesso ao campus da Universidade e recentemente 3 estudantes foram detidos – todos faziam parte do movimento “Minha UFES, Minha Casa”, que reivindica a moradia estudantil. A permanência do trabalhador, principalmente o que luta, na universidade está cada vez mais questionada por meio de processos administrativos que visam à expulsão e processos criminais que tentam amedrontá-lo e afastá-lo da luta por outra universidade. Esses fatos não são produtos de uma coincidência, nem são fatos isolados. Estamos diante da criminalização da luta estudantil que é parte de um processo mais amplo de criminalização dos movimentos sociais.

Nós, estudantes, precisamos nos unir para enfrentarmos essa situação em cada faculdade, universidade, CAs e DCEs! Precisamos nos juntar nas lutas e aos movimentos sociais!

Reafirmamos nosso total apoio à luta contra a repressão e em defesa de todos os lutadores. Fazemos parte dos que lutam! Estamos juntos com os processados, não somos criminosos!

Defendemos um ensino público, gratuito e de qualidade. Pelo fim das perseguições, prisões e processos! Não aceitamos a criminalização do movimento estudantil e de nenhum outro movimento de luta!! Por uma educação a serviço dos trabalhadores!

Juventude do Espaço Socialista – Outubro de 2012

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REPRESSÃO NA UFES: CARTA DO MOVIMENTO “MINHA UFES, MINHA CASA”

Na madrugada do dia 19 de Setembro, em Vitória, ocorreu uma ação violenta contra estudantes da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) que mantinham o acampamento do movimento "Minha Ufes Minha Casa" reivindicando moradia estudantil digna, na defesa de um projeto de universidade diferente.Este é mais um dentre tantos recentes episódios de repressão aos que lutam. Repudiamos a ação violenta da reitoria da UFES e oferecemos todo nosso apoio à luta dos estudantes.
Recebemos dos companheiros do movimento a seguinte carta, que divulgamos a todos.

 

AO ESPAÇO SOCIALISTA
APRESENTAÇÃO DO “MINHA UFES, MNHA CASA”

O “Minha UFES, Minha Casa” é um movimento que luta por um novo projeto de universidade pública, verdadeiramente popular e de qualidade. Para tal, cremos ser preciso que os filhos dos trabalhadores e os próprios trabalhadores possam ingressar, permanecer e ter acesso a todos os espaços e instâncias da universidade. Neste cenário, o movimento retorna à pauta histórica da moradia estudantil por considerar ser esta um fator de fundamental relevância na democratização plena do acesso ao ensino superior. A moradia estudantil na UFES é uma reivindicação antiga, que inclusive por diversas vezes foi utilizada por candidatos à reitoria com o fim único de eleger-se.

No dia 1 de agosto de 2012 surge o “Minha UFES, Minha Casa”. Um grupo de estudantes componentes do Comando Local de Greve Estudantil decide acampar no campus de Goiabeiras, em Vitória, em protesto contra a falta de moradia estudantil e para fazer pressão em prol da execução imediata do projeto de moradia que existe desde 2010, ano do último movimento por moradia organizado na UFES. O local escolhido para montar acampamento foi o gramado da portaria norte da UFES, bem em frente à Av. Fernando Ferrari. Neste espaço, com o apoio do SINTUFES, principal apoiador do movimento, foram montadas, além das barracas, uma tenda que era local de encontro e reunião de estudantes e técnico-administrativos. Neste mesmo local, várias atividades foram desenvolvidas, como grupos de debate, cinema e oficinas. Mas, pelas dificuldades inerentes ao próprio local, como vento excessivo que quebrava barracas, falta de banheiro e água nas proximidades, exposição à chuva, dentre outros, o acampamento, no seu 36° dia, mudou-se para o vão externo da Biblioteca Central.

Uma estrutura de barracas, sala e cozinha foi montada e as atividades continuaram a ser desenvolvidas. Apresentação de filmes, debates e uma aula-debate com o Prof. Dr. Paulo Scarim, do Departamento de Geografia, que dividiu com os presentes sua experiência de luta por moradia estudantil na Universidade Estadual Paulista (UNESP). Após duas semanas de ocupação do vão da biblioteca, às 14:20h do dia 16 de setembro de 2012, alegando risco iminente ao patrimônio da Universidade e acervo da Biblioteca Central, uma reintegração de posse do vão da biblioteca foi executado, inclusive com a presença arbitrária da polícia militar. Sem qualquer resistência à ordem judicial, o grupo desmontou o acampamento e retirou-se do local.

Na terça-feira, dia 18 de setembro de 2012, o grupo decidiu por mudar mais uma vez. O local escolhido foi um espaço do anexo do CCHN (Centro de Ciências Humanas e Naturais). A ocupação do local foi acompanhada pelas guardas federal e patrimonial atuantes na universidade e todo o possível foi feito para que o acampamento não atrapalhasse o fluxo das pessoas nem o funcionamento normal dos setores próximos. Deve-se também destacar que todo o processo de ocupação ocorreu sob o protesto do Sr. Aníval Luis dos Santos, chefe de segurança da UFES e do Prof. Dr. Júlio Bentivoglio, vice-diretor do CCHN. Na noite do mesmo dia, às 23:30 h, quando o campus estava fechado e ninguém mais além dos ocupantes estavam presentes, o Sr. Aníval abordou o grupo acompanhado de três guardas patrimoniais afirmando que tinha um mandado de reintegração de posse e que este era urgente. Questionado sobre onde estava o documento, o mesmo afirma que não há a necessidade, pois ele próprio era o mandado. Foi então solicitado que se esperasse ligar para as representações da reitoria em diálogo com o movimento, mas antes que fosse possível realizar a ligação, o Sr. Aníval chamou, com um assovio e um aceno, um grupo de mais de vinte homens com o uniforme da PLANTÃO, que é a empresa terceirizada responsável pela segurança patrimonial da universidade. Munidos de cacetetes, tacos de baseboll, armas de fogo, faca, canivetes e fogos de artifício, os seguranças rasgaram as barracas e, usando cassetete e tacos, quebraram todas as barracas com todos os pertences dos estudantes ocupantes (como computador, celular, roupas, livros, documentos pessoais, dinheiro…). À base de chutes, socos, armas encostadas na cabeça, cacetadas e violência verbal, os estudantes foram expulsos do campus, numa clara tentativa de minar o movimento a qualquer preço. Interessante destacar que durante toda a ação criminosa o Sr. Aníval Luis dos Santos esteve presente, acompanhando passivamente toda a violência que ocorria na universidade. Dois dias após a expulsão doa alunos ocupantes, um professor denunciou ao movimento que um grupo de docentes e funcionários da ultra-direita da universidade está se articulando para conseguir, ou se necessário criar, provas para criminalizar os integrantes do movimento.

O movimento “MINHA UFES, MINHA CASA” entende que ação criminosa e facista do Reitor, Prof. Dr. Reinaldo Centoducati, é a coadunação e a perpetuação do modelo falido, perverso e excludente de ensino superior feito no Brasil. Modelo que é, em sua essência, reflexo da sociedade brasileira e capixaba. Este movimento se propõe a posiciona-se diante da pauta moradia estudantil com uma postura firme e afirma, pelo fervor da vontade de nossos espíritos ser o último movimento por moradia desta universidade. Quanto à organização do grupo, o movimento se pauta nos ideais revolucionários libertários em suas metodologias e planos de ação, sempre se pautando no diálogo e na democracia da voz. Já houve avanços nesses 53 dias de ocupação no campo da negociação. Sucessivas reuniões com a vice-reitora, Profª. Drª. Maria Aparecida Barreto, com o chefe do gabinete do Reitor, Sr. Renato Schwab e com a Pró-Reitora de Gestão de Pessoas e Assistência Estudantil, Srª Lúcia Cassati resultaram em avanços na discussão da pauta no sentido de se definir e avaliar cada possibilidade para solucionar o problema da falta de moradia estudantil. Alguns documentos sobre a estrutura de prédios da universidade estão sendo liberados. No momento as discussões continuam, mas os avanços reais na pauta ainda estão muito aquém do desejado. O movimento lamenta a falta de vontade política e o completo desinteresse de nossos gestores para com relação às demandas dos estudantes. A morosidade e a má vontade por parte da reitoria durante o processo de negociação foram o único responsável por toda a violência sofrida pelos estudantes violentados. No momento as atividades do acampamento estão se concentrando no trabalho de base, com o levantamento da discussão e o convite dos alunos que necessitam de moradia venham nos apoiar e efetivamente morar conosco, em nossa residência. O movimento “MINHA UFES, MINHA CASA” entende o desafio que está por vir. Mas reitera sua obstinação de cumprir o que colocou como meta principal que é ser o último movimento por moradia de nossa tão querida universidade.

Movimento Minha Ufes, Minha Casa
Vitória, 22 de setembro de 2012

 

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Não à repressão na FSA: o Diretório Acadêmico é dos estudantes!

Não à repressão na FSA: o Diretório Acadêmico é dos estudantes!

Nos ultimos anos, esta Reitoria, composta por três figuras centrais, professor Oduvaldo Cacalano (“o reitor” ou o fantoche), professora Edna Mara (secretária do Reitor, mas que na verdade é  quem manda) e o professor Flávio Morgado ( aquem foi delegada a tarefa de expulsar estudantes da universidade, com uma política inflexível de cobrança de mensalidades), vem tomando medidas cada vez mais fascistas  em relação ao conjunto dos funcionários, professores e estudantes.

            Vale a pena recordar que quando derrubamos o corrupto e autoritário ex-Reitor Odair Bermelho, com o importantíssimo movimento de 2007, registrado em um belíssimo documentário1 , essa mesma quadrilha se apresentou como algo supostamente mais democrático.

Os anos se passaram. Já no começo de 2012, esse mesmo grupo escancara coisas que fazia às escondidas, violando o direito democrático na universidade, invadindo o espaço de organização de luta dos estudantes, revirando tudo, mexendo em pertences pessoais sem autorização nem conhecimento dos estudantes e modificando a estrutura física do DIRETÓRIO ACADEMICO HONESTINO GUIMARÃES (D.A.H.G). A reitoria dissemina a falácia de que sua ação era uma reivindicação histórica dos estudantes, porém, estes sequer foram minimamente consultados. Na verdade, isso só deixa mais evidente que se esta quadrilha e sua corja não respeitam a forma de organização dos estudantes em luta, respeitará menos ainda aqueles de braços cruzados.  Nem o corrupto Odair Bermelho chegou a cometer tamanha atrocidade.

  A tal reforma no espaço físico do Diretório Acadêmico Honestino Guimarães pode vir a por fim ao patrimônio histórico de luta dos estudantes, como também, arrisca a própria existência da entidade. Afinal, se a receita financeira vinha do aluguel das feirinhas e da Xerox, extintas também nesta atitude arbitrária da reitoria, como fica agora a autonomia financeira dos estudantes para lutar contra os desmandos da reitoria?

                        Manifestamos repúdio à ação da reitoria, caracterizamos sua atitude como arbitrária e como um desrespeito sem precedentes à representação estudantil. Chamamos todos os estudantes a saírem em defesa do Diretório Acadêmico, se posicionarem contra a repressão e a se colocar na luta por uma universidade que atenda aos interesses dos trabalhadores.

Não aos desmandos da reitoria!

Não à repressão aos estudantes!

Por um movimento estudantil autônomo!

 

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