Os atuais momentos vividos na fábrica Mercedes Benz de São Bernardo do Campo (SP)
19 de abril de 2018
Este texto é uma contribuição individual que não necessariamente expressa a opinião da organização.
Nos últimos anos temos visto na fábrica os capitalistas passarem a conta da crise, que eles mesmos criaram, para as nossas costas. E esse é o movimento de todos os outros capitalistas em todos os outros lugares do mundo.
Estamos amargando demissões, retirada de direitos e aumento da exploração.
Antes dessa crise econômica os ganhos dos capitalistas estavam altos e havia margem para negociarmos alguns direitos, algumas migalhas. Mas, com a chegada da crise e a diminuição dos lucros, estão retirando essa margem para qualquer negociação.
Eles querem retomar os patamares de lucros como os que tinham antes da crise e, para isso, estão cortando na nossa pele.
As medidas que a Mercedes vem tomando vão nesse mesmo sentido.
Têm sido muitos ataques nesses últimos anos. Além das cerca de 5 mil demissões, tivemos perdas econômicas por ficarmos, por vezes, sem reajuste. Tivemos também a absurda redução do piso salarial, a redução de linhas do fretado e o remanejamento de trabalhadores da logística, com a clara intenção de terceirizar essa área.
E, por enquanto, temos somente assistido esses vários ataques às conquistas que alcançamos, nas últimas décadas, com muita luta. Esses apenas alguns são exemplos.
O que a empresa chama de modernização, nós operários chamamos de aumento da exploração. Já entendemos que essas mudanças são para aumentar a produtividade, ou seja, fazermos mais, com menos.
Portanto, esse momento vivido na fábrica exige firmeza para avançarmos na luta tanto para obtermos conquistas nessa campanha salarial quanto para fortalecermos a classe trabalhadora para os próximos desafios.