Trabalhadores e a nossa luta contra o capital
26 de julho de 2016
Sayarah Santos, graduanda em Pedagogia pela Universidade Federal de Alagoas. Militante aspirante no núcleo do Espaço Socialista na UFAL, e integrante do Grupo de Pesquisa Trabalho, Educação e Ontologia Marxiana na mesma universidade.
O império de uma classe exploradora e da ordem capitalista cada vez mais se perpetua no sistema social. A burguesia influencia a massa com suas ideologias reacionárias, individualistas e meritocráticas. As desigualdades se agravam cada vez mais e nós afetados por esse sistema o que temos feito? Estamos compactuando com a forma de ser e pensar da classe burguesa, na mera ilusão de que um dia teremos as suas mesmas condições? Ele nos usa de forma alienante e desumana, exploram nossa força, se apropria daquilo que não produz, tornam-se os donos dos meios de produção e decidem os rumos da sociedade, nos fazem assalariados, oferecem migalhas nos direitos sociais, roubam o nosso tempo e vida e nos fazem serem presos ao capital, não por escolha, mas pelas condições objetivas que nos são negadas.
Temos concedido a eles o poder de decidirem sobre nossas vidas, quando não nos conscientizamos enquanto classe e nem lutamos para derrubar a ordem do capital e toda a sua máquina burocrática e estadista. Tentam a todo momento fechar os nossos olhos, calar a nossa voz, impedir os nossos pés e ocultar a nossa mente, nos fazendo acreditar que tudo é da forma como deve ser.
Além disso, querem nos fazer acreditar que é possível viver numa sociedade capitalista “humanizada” e igualitária, e de harmonia com os patrões. O que de fato não passa de uma falácia, uma vez que duas classes com interesses antagônicos jamais podem ter as mesmas finalidades e defenderem um objetivo em comum; os interesses da classe trabalhadora são incompatíveis com os interesses da burguesia e vice-versa, desse modo, não é possível que ambas as classes façam parte da mesma roda de amigos ou ande de mãos dadas.
Enquanto houver capitalismo jamais teremos uma sociedade humana e igualitária socialmente, pois, esse fim pressupõe a retirada dos meios de produção das mãos dos capitalistas para a classe trabalhadora e sua socialização, a qual tudo produz e a ela deve tudo pertencer. E não é isso que o capital quer, uma vez que sua finalidade é o domínio sobre os meios de produção, e principalmente, a produção de lucro, a mais-valia, e não importa com que meios o capital utilize para chegar esse fim, seja por meio da exploração da força de trabalho, destruição da natureza e dos seus recursos, guerras, miséria, fome e desigualdade. Nessa primazia o capital não negar esforços à custa da sobrevivência humana; alcançando seu objetivo, o lucro, é o que importa o resto não tem valor algum.
O que vivemos hoje na sociedade não é novo e nem atual, as crises no sistema social, político, econômico, e dentre outras, são produzidas historicamente sob a ordem do capital de forma cada vez mais agravante, porém, atualmente os problemas incorrigíveis do capital que não é de hoje, deixaram de ser mascarados e ocultos e se revelaram com nitidez para a sociedade, e principalmente para a classe trabalhadora que sofre diariamente a ditadura do capital.
Podemos visualizar esse panorama no quadro político, econômico e social do Brasil, no qual o governo Temer já anuncia a sua agenda neoliberal e capitalista, que é materializar cada vez mais os interesses empresariais e favorecer a burguesia, em detrimento da classe trabalhadora que sente na pele a instabilidade na garantia dos direitos sociais e trabalhistas.
E ainda achamos que o capitalismo deu certo? Onde? Em que momento? E para quem deu certo? Com certeza deu certo para a burguesia que não se cansa e jamais se cansará de explorar o trabalhador na defesa dos seus interesses e ainda se apropria daquilo que ela não produz, as riquezas da humanidade, vivendo a custa do trabalho e da exploração da classe trabalhadora que produz e sustenta a sociedade.
Ainda queremos conviver com o capital e acreditar que tudo pode ser resolvido e solucionado para a sociedade? Ou queremos construir uma alternativa que transcenda a ordem capitalista e possibilite uma nova sociabilidade humana? Qual o caminho que resta para a classe trabalhadora, a não ser se organizar, lutar e derrubar o domínio do capital e construir uma nova alternativa. Eis a nossa tarefa!