Bancários: Reestruturação, o ajuste dos patrões e governos chega na Caixa Econômica
21 de março de 2016
O número de empregados da Caixa, que já chegou a ultrapassar 101 mil, hoje está ao redor de 96 mil. Não bastasse ter acabado com mais de 5 mil empregos, o governo Dilma lançou mais um plano de desligamento de trabalhadores (PAA), esvaziando o banco ainda mais. Tais medidas aumentam a sobrecarga de trabalho, o assédio moral e a exploração sobre os bancários que permanecem na ativa, bem como sucateiam e degradam o atendimento prestado à população. O resultado é o aumento das filas, a terceirização e precarização de serviços, além do adoecimento e deterioração da qualidade de vida dos empregados.
Mas Dilma e sua indicada para presidir a Caixa, Miriam Belchior, não pararam por aí. Acabam de anunciar um dos maiores ataques da História à Caixa e seus empregados, eufemisticamente chamado de “plano de reestruturação”. Ainda não se conhecem todos os efeitos deste plano perverso, mas, do que já foi decidido ou divulgado, devem ser 11 mil empregados que perderão salários, funções ou direitos adquiridos. Somente entre os que terão salário reduzido, seriam cerca de 5 mil trabalhadores!
A crise econômica é mundial e seus efeitos chegam ao Brasil massacrando os trabalhadores. A escalada das demissões assombra e todos os governos de todas as esferas, independente do partido, seguem obedecendo os patrões e aplicando o ajuste fiscal. Sofremos com a inflação em disparada, o aumento generalizado dos impostos e a consequente degradação dos serviços públicos, vítima das terceirizações e dos cortes bilionários no orçamento. Agora, em meio a dívidas e congelamento real de salários, milhares de bancários terão retiradas suas funções técnicas e receberão o salário com 30%, 50% e até 80% de redução! É o governo Dilma aplicando o ajuste e aprofundando os ataques, governando cada vez mais para os patrões!
Entre as áreas que serão extintas estão aquelas que tratam da recuperação de crédito, de avaliação de risco e várias outras que prestam um serviço indispensável ao resultado da própria empresa. Representações regionais, gerências regionais e até gerências nacionais serão extintas. Os bancários precisarão “escolher” até 20 locais possíveis para onde aceitem serem removidos. Estão sendo tratados como um objeto descartável e indesejado. Estas unidades podem ser até 40 km distantes de onde moram. O banco sequer garante que a remoção não será para local pior e mais longe. É uma crueldade com trabalhadores que há anos ou décadas se dedicam à Caixa. E, do ponto de vista financeiro, será o desmoronamento da vida de muita gente.
Assistindo a isso caladas, a Contraf/CUT e a Contec, atuam como auxiliares do governo, contribuindo na aplicação da reestruturação como parte do ajuste exigido pelos patrões. Assim como a imensa maioria dos sindicatos, são cúmplices deste ataque brutal. Os sindicatos de bancários de Bauru, MA e RN, junto da Frente Nacional de Oposição Bancária (FNOB), ao contrário, estão reagindo e chamando a mobilização contra estas medidas. É necessário um amplo movimento para barrar essa reestruturação, garantindo a estabilidade e manutenção de salários e funções a todos os empregados!
Para isso, só podemos contar com a força da própria base, através de uma campanha de denúncia do governo Dilma, de Miriam e de seus ataques à Caixa. Neste sentido, defendemos também uma denúncia junto ao Ministério Público, mas o mais importante é organizarmos plenárias locais urgentes. Nenhum colega pode ser deixado na mão! Precisamos defender cada trabalhador em seu local de trabalho e nos fortalecer coletivamente para barrar essa reestruturação! Precisamos deflagrar um dia de paralisação nacional! Somente por meio da ação direta podemos barrar este desmonte. Resistir é preciso! E urgente!
FNOB – Frente Nacional de Oposição Bancária