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Greve dos garis do abc: trabalhadores se organizam e conquistam avanços


10 de abril de 2014

LIXEIROS-ABC

Entre os dias 31/03 e 7/04 os garis da região do ABC estiveram em greve. A categoria reúne 2.500 trabalhadores que atuam na coleta de lixo, nos caminhões de coleta e aterros sanitários que servem ao todo sete cidades da região, das quais 6 foram afetadas pela greve.

A greve contou com o apoio de diversos grupos políticos de esquerda que atuam na região e sindicatos classistas e combativos. A subsede da APEOESP Santo André, na gestão “Renovar pela luta”, grupo que reúne professores independentes e militantes do Espaço Socialista, dentro de sua política de apoio às lutas e movimentos da região, consegiu ônibus para levar

os trabalhadores à assembleia e equipamento de som, no dia decisivo de 07/04. Outros militantes do Espaço Socialista acompanharam os trabalhadores e ajudaram a definir uma linha de atuação.

A paralisação conquistou: 10% de aumento no salário e nos benefícios, R$ 300,00 de abono a serem pagos em junho, estabilidade de 6 meses para todos os trabalhadores e pagamento dos dias parados, sem compensação. Essa greve merece destaque por alguns fatos:

– a justiça do trabalho havia decretado a ilegalidade da greve na sexta-feira, dia 04/04, mas os trabalhadores decidiram continuar a paralisação, desobedecendo o judiciário;

– o sindicato da categoria já havia decidido aceitar o acordo, com apenas os 10% de reajuste, sem nada mais, mas os trabalhadores não só votaram contra o acordo como continuaram a greve sem o sindicato, elegeram um comando de greve e negociação e conseguiram um acordo melhor, com os demais pontos acima;

– a greve aconteceu logo em seguida ao movimento dos garis do Rio de Janeiro, que se transformou num fato político nacional, conquistando apoio da população, derrotando a prefeitura e conquistando todas as reivindicações.

Essas greves demonstram que vivemos um novo momento no país, com uma maior disposição de luta dos trabalhadores. Essa disposição inclusive vai ao ponto de passar por cima dos atuais dirigentes dos organismos de representação dos trabalhadores, que em sua esmagadora maioria estão nas mãos de grupos políticos que defendem o governo e são parceiros da patronal. Além de passar por cima dos dirigentes sindicais acomodados à conciliação de classes, as greves esboçam formas de auto-organização os

trabalhadores, como os comandos de greve e de negociação independentes. O desafio agora é dar continuidade e desenvolver a organização dos trabalhadores para as próximas lutas. Viva a luta dos trabalhadores independente dos sindicatos governistas e pelegos! Viva a vitória dos garis! Viva a unidade da classe trabalhadora!

Espaço Socialista