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Vida à mulher trabalhadora, por uma sociedade livre do machismo e do sexismo!


11 de março de 2011

 

Vida à mulher trabalhadora, por uma sociedade livre do machismo e do sexismo!

          Nós, trabalhadoras, sofremos diariamente um massacre, temos nossas condições de vida rebaixadas, nosso salário mal pago, não temos tempo nem condições financeiras para cuidar de nossa saúde, muito menos ter lazer. Além da falta de garantias, muitas vezes ainda somos humilhadas em nosso trabalho e obrigadas a aguentar caladas muitas afrontas para poder ao menos sobreviver.

 Enquanto vemos nossas vidas passarem em branco, os patrões sugam nosso suor mal pago e vivem muito bem, compram imóveis, carros, têm os melhores médicos e hospitais, viajam o mundo!

Infelizmente ganhamos ainda um bônus de sofrimento, pois além de sermos massacradas diariamente por sermos trabalhadoras, somos obrigadas a conviver com o machismo e o sexismo, que nos humilham ainda mais. Ser mulher e trabalhadora na sociedade capitalista é um fardo pesadíssimo de se carregar. Somos consideradas inferiores, subestimadas, consideradas incapazes e muitas vezes motivo de piada. Mas ao mesmo tempo em que tentam nos inferiorizar exigem que sejamos servis, cuidemos dos filhos, da casa, da aparência impecável e que andemos rigorosamente conforme as regras religiosas conservadoras.

Nós, mulheres da classe trabalhadora, somos requisitadas, cada vez mais, para ocupar postos de trabalho antes ocupados pelos homens, para receber salários mais baixos nas indústrias e ainda contribuir com as despesas da casa. Temos jornadas de oito a dez horas diárias no trabalho e, em média, outras cinco ou seis horas em casa. O grau de violência é elevado: ganhamos menos que os homens em funções iguais na fábrica e continuamos sem tempo livre do trabalho doméstico. Quando negras e conseguimos entrar no mercado de trabalho formal, somos obrigadas a aceitar um valor ainda mais baixo pela venda da força de trabalho e os trabalhos mais precarizados, e assim acumula uma violência sobre a outra.

Devemos lutar contra o machismo e o sexismo todos os dias. Não devemos deixar passar uma oportunidade sequer de lutar contra estes males e contra o capitalismo, que pisoteia nossa classe. Somos tão capazes quanto o homem de assumir qualquer tarefa na sociedade e devemos ser tratadas com igual respeito e dignidade.

O fato de uma mulher ter assumido a presidência da república é com certeza positivo, mas infelizmente Dilma não representa as mulheres trabalhadoras e a situação da mulher da nossa classe não melhorou pelo fato dela estar no poder. Mais do que uma mulher no poder precisamos da classe trabalhadora no poder!

Transformemos o Dia Internacional de Luta da mulher em um dia luta da nossa classe! Para isso, defendemos:

Jornada de trabalho: Por mais tempo livre dos trabalhos domésticos!

  1. Redução da jornada de trabalho, sem redução do salário, sem a dupla jornada e com cotas proporcionais para as mulheres negras;
  2. Divisão das tarefas domésticas entre todos os membros da casa;

Violência contra a mulher: Por uma vida digna e justa para a nossa classe!

  1. Pela descriminalização e legalização do aborto. Pela obrigatoriedade do atendimento pelo SUS e planos de saúde.
  2. A mulher deve decidir sobre o seu próprio corpo, em todos os sentidos;
  3. Apoio psicológico e políticas de inclusão ou recolocação no mercado de trabalho para as mulheres vítimas de violência doméstica, além das medidas de assistência social. A nova legislação (Lei Maria da Penha 11.340/06) avança quando trata da violência contra a mulher e por trazer a possibilidade de que todo boletim de ocorrência de violência doméstica se transforme em inquérito policial. No entanto não aponta nada quanto à situação, existente em muitos casos, da dependência financeira da mulher e quanto a um dos principais fatores associado a atos de violência doméstica, que é o alcoolismo;
  4. Pela união civil homossexual, inclusive com direitos à adoção;
  5. Por uma sexualidade livre dos preconceitos religiosos, de raça, de orientação sexual e não submetida às imposições do capital.

Emprego: Pela não dependência financeira que humilha e maltrata!

  1. Redução da Jornada de trabalho com salário mínimo do Dieese para todas as mães do campo e da cidade que trabalham fora com cotas proporcionais para as mulheres negras;
  2. Carteira assinada e com todos os direitos trabalhistas a todas mulheres que trabalham em situações precárias e terceirizadas. Exemplo: estagiárias, operadoras de telemarketing, empregadas domésticas, trabalhadoras do campo, etc;
  3. Não a discriminação da mulher negra.
  4. Pela diminuição da idade de aposentaria para a mulher que trabalha fora ou dentro de casa. A mulher da nossa classe trabalha a vida inteira. O tempo de contribuição não pode ser um impedimento para a sua aposentadoria. Se a mulher está vivendo mais, certamente está trabalhando mais;
  5. Licença Gestante de 6 meses para todas as trabalhadoras, tempo ideal para a amamentação exclusiva, com redução da jornada após a volta ao trabalho (entrar uma hora mais tarde e sair uma hora mais cedo) para complementar com o leite materno a alimentação da criança até completar dois anos e meio.

Espaço Socialista
Março, 2011