Um chamado ao PSTU para que rompa com a chapa da CUT em servidores de Santo André
18 de agosto de 2013
Aos Companheiros do PSTU,
Nos dias 26, 27 e 28 de agosto de 2013 acontecerá a eleição para o sindicato dos servidores da Prefeitura de Santo André. Só se inscreveu uma chapa, formada por militantes do PT, CUT e mais alguns que apoiaram Aidan (candidato do PTB que disputou o segundo turno com o Grana do PT) no segundo turno das eleições municipais de 2012. Ou seja, uma chapa que vai atuar na sustentação política do Prefeito Grana do PT.
Na categoria há um pequeno grupo de oposição (formada por militantes do ES, PSOL e independentes e que se organiza aproximadamente a um ano) com caráter de esquerda, antigovernista e de luta para a retomada do sindicato para a categoria que não teve forças para lançar uma chapa que pudesse de fato ser uma alternativa à esquerda.
Para não fazer alianças questionáveis e oportunista com militantes “críticos” do PT/CUT ou que não tivesse bem definido o campo político optou-se por ficar fora do processo de disputa da diretoria executiva e buscando fortalecer a oposição participa com candidatos à Diretoria de Base, que é um órgão independente da direção executiva.
Todos sabem das dificuldades em eleger algum companheiro para a Diretoria de base, mesmo porque a possibilidade de fraude (já que candidatos não podem acompanhar as urnas) é real, até pela necessidade de a diretoria (muito desgastada na categoria) garantir o quórum do processo eleitoral.
Nesta semana a chapa cutista começou a distribuir o material de campanha no qual consta os candidatos à Diretoria de Base que a apoia e que também são apoiados por ela (vota-se na chapa e em um nome para a Diretoria de Base). Que o material seria de boa qualidade técnica (politicamente é impossível), que viria acompanhado de apoio de todos os sindicatos (metalúrgicos, bancários, gráficos, etc) cutistas e petistas da região já sabíamos, mas que entre os apoiadores e os apoiados tivesse um militante do PSTU (que também é candidato a Diretoria de Base) não estava entre os nossos prognósticos. Reconhecemos que fomos surpreendidos.
Mais de uma vez o PSTU foi chamado a se incorporar na oposição, ajudando a construir de forma unitária uma alternativa política da esquerda na categoria. Em particular, nós do Espaço Socialista, que estamos na construção da CSP Conlutas, sempre defendemos a importância dos companheiros se incorporarem na oposição até como forma de fincar bases da CSP Conlutas na categoria e na região do ABC que é dominada pela burocracia. Outra razão importante de ter uma oposição forte na categoria é o fato de o sindicato dos servidores de Santo André ter sido um dos fundadores da CSP Conlutas, mas que (graças aos inúmeros erros das gestões que o PSTU ficou a frente) foi literalmente tomado pela CUT (as mesmas pessoas compõem a chapa 1).
Mesmo discordando da posição de abstenção dos companheiros, sempre a respeitamos. Mas, participar e dar legitimidade a CUT e ao PT na categoria não tem como ficarmos calados.
Uma coisa é não construir a oposição, outra é fortalecer a direção pelega e traidora da categoria, ligada e apoiada por todos os sindicatos cutistas da região. Uma coisa é ter diferenças políticas com os militantes e grupos da oposição, outra coisa é se colocar ao lado daqueles que há anos vem traindo a categoria e realizando todo tipo de acordo espúrio e prejudicial a categoria. Que fique claro: a chapa 1 que concorre a direção executiva do sindicato é uma chapa abençoada pela administração petista, a mesma que paga um dos menores salários da região, que assedia os trabalhadores, que retira direitos.
Essa posição política não contribui para a construção da nossa central na categoria, pelo contrário, a joga na lata do lixo. Trata-se de uma irresponsabilidade com a construção da CSP Conlutas na região. É preciso mudar essa situação.
Diante desse fato lamentável, nós do Espaço Socialista, vimos fazer um apelo político ao PSTU que retire publicamente o apoio à chapa 1 e que se optar em manter a candidatura (que com esse apoio já está manchada politicamente na base) para a diretoria de base que a faça de forma independente, longe dos governistas. Essa política só serve para fortalecer o campo governista e cutista.
Saudações,
Espaço Socialista – ABC