Lucro dos Correios: 13,7 bilhões. E a PLR?
7 de março de 2013
Lutar contra a sobrecarga de trabalho, o risco de morte e um plano de carreira são outras necessidades da categoria!
O lucro dos correios em 2012 foi de 13,7 bilhões: muito dinheiro. Com esse lucro é possível pagar uma PLR igual para todos.
No entanto, o que estamos presenciando é que o governo Dilma (PT-PMDB) e a direção da empresa continuam querendo acabar com o caráter público da empresa e direcionando todo esse lucro para as grandes empresas capitalistas. A criação da CORREIOS S/A significa isso: entregar de bandeja os setores mais lucrativos da empresa para empresas privadas.
Quando a empresa e o governo falam em “tornar a empresa mais competitiva” significa atacar as nossas conquistas, reduzir salários, benefícios (como o convênio médico), além de aumentar a sobrecarga de trabalho provocando adoecimento, acidentes de trabalho e a falta de escolta na entrega de encomendas e objetos de valor, colocando em risco a vida de funcionários. Essa situação ocorre em todo o país.
Como se isso não bastasse, a empresa, para reduzir custos, juntou o GECAR e a GECON o que com certeza vai contribuir para ampliar a sobrecarga de trabalho, principalmente nos CDD´s, aumentando ainda mais a possibilidade de assaltos a carteiros convencionais.
PLR justa para quem carrega a empresa nas costas!
Quem carrega a empresa nas costas e garante todo esse lucro somos nós. Somos os que fazem esse lucro acontecer. No entanto, temos um dos menores salários do serviço público e as piores condições de trabalho.
Nas discussões sobre a PLR a empresa já demonstrou que não vai reconhecer o nosso papel e pretende pagar o menor valor possível. Desde o início do ano está enrolando a categoria com formulas mirabolantes que só têm como objetivo iludir a categoria para que ela aceite um valor rebaixado.
Outra coisa que temos que acabar é com o fato de a chefia receber mais do que os trabalhadores. Com essa regra o que a empresa está dizendo é que a chefia (que muitas vezes mantém as unidades de trabalho sob controle por meio do chicote) é importante e que nós não temos nenhum valor. É preciso acabar com essa situação, garantindo uma PLR igual (linear) para todos os trabalhadores. Se o trabalho é coletivo porque a empresa reconhece só o trabalho da chefia?
Nossa proposta para o pagamento de uma PLR justa é muito simples: deve ser atrelada à folha de pagamento, sem cálculos mirabolantes. Grosso modo, a empresa pagaria o valor de duas folhas de pagamento a título de PLR, dividindo valores iguais para todos trabalhadores (chefes e não chefes).
Com esse critério, todos que carregam a empresa nas costas seriam beneficiados, sem colocar em risco a alegada liquidez da empresa e todos teríamos um processo simples e objetivo para o pagamento da PLR.
PCCS digno e sem cargo amplo!
A proposta de PCCS (Plano de Cargos, Carreira e Salários) que a categoria elaborou em congresso, em 1995, e que foi rejeitado pela empresa tinha como principal objetivo diminuir a disparidade existente entre o nosso e o salário dos demais setores estatais. Temos um dos salários mais baixos do funcionalismo e, por isso, numa campanha salarial, 6 ou 7% de reajuste não faz diferença significativa.
Pelo PCCS podemos ter uma garantia de progressão na carreira, com critérios claros de promoção, aumento real e critérios de participação nos lucros, garantindo em um determinado período a necessária recomposição do nosso salário.
Em 2008, a empresa empurrou goela abaixo um plano de carreira rebaixado e com cargo amplo, eliminando, inclusive, a função de carteiro e impondo o “agente de correios”.
Essa é uma das principais lutas da nossa categoria: ter um salário e uma carreira dignos. Por isso é preciso preparar uma grande campanha pela implantação de um PCCS que atenda às necessidades da categoria, sem cargo amplo e que equipare nossos salários com outros setores do funcionalismo.
Outra coisa que demonstra a importância do PCCS é a luta pela manutenção dos benefícios sociais que conquistamos. Todo ano a empresa quer tirar uma parte do nosso benefício (convênio, rebaixar a PLR, etc), mas com o PCCS eles podem ser incorporados definitivamente.
Essa luta depende só de nós. Não dá para esperar e nem confiar que a direção do sindicato, dado seu compromisso com o governo, encampe essa luta. A organização desta luta começa em nosso local de trabalho.
Para os companheiros terem uma ideia da importância da luta pelo PCCS, em 2010, quando amargávamos com o acordo bianual imposto à categoria pela empresa junto às centrais governistas – CUT/PT (Taleban e CIA) e CTB/PCdoB (Peixe, Divisa e Zé Luis) – o salário base de nível médio dos funcionários do INSS foi para R$ 2.439,32 (já foi tão ruim quanto o nosso).
Hoje, o plano de cargos e carreiras vislumbrado pela empresa e apoiado pelos sindicalistas governistas prevê aumento apenas da sobrecarga de trabalho.