Fora Israel da Parada LGBT e da Palestina!
2 de junho de 2018
Nós, Coletivos LGBT, entidades representativas, organizações políticas e ativistas independentes, abaixo assinados, às vésperas da 22ª Parada LGBT de São Paulo, fomos confrontados com o fato da principal entidade organizadora do evento, a Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo (APOLGBT) firmar parceria com o Estado de Israel através do Consulado de Israel no Brasil, permitindo que o Estado sionista israelense, de forma propagandista, participe publicamente das atividades correlacionadas ao evento, inclusive organizando um bloco exclusivo denominado “Tel Aviv Israel”, distribuindo camisetas e desenvolvendo ações que buscam passar uma imagem política positiva negligenciando a política genocida do Estado israelense com os palestinos.
O massacre ao povo palestino ocorre há pelo menos 7 décadas, desde a criação artificial do Estado de Israel, pelos Estados Unidos e pela ONU, após a Segunda Guerra Mundial, em 1948. Aos seus 70 anos o Estado sionista de Israel, continua massacrando o povo palestino. Entre os meses de março e maio deste ano, mais de 106 palestinos foram brutalmente assassinados pelo Exército de Israel, com o apoio de Trump e dos EUA – que no mês de maio mudou sua Embaixada para a cidade de Jerusalém, numa clara política de intensificação dos conflitos. O Estado israelense tomou quase a totalidade do território palestino, matando e confinando a população palestina sob ataques e supervisão hostil do Exército. Sem sequer ter o seu reconhecimento como nação, o povo palestino é massacrado diariamente. No mês de maio de 2018, o Exército sionista abriu fogo contra civis desarmados na Faixa de Gaza, resultando em 58 mortos e mais de 2 mil feridos.
Compreendemos a luta LGBT como uma luta interseccional, portanto, não somente contra a LGBTfobia, mas contra todas as formas de opressão: de classe, de raça, de gênero, de etnia etc.
Ao firmar parceria com o Estado de Israel, a Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, imbuída ou não de financiamento, acaba legitimando o sionismo, corroborando com o genocídio, agressões, violações do direito internacional e dos direitos humanos praticados pelo Estado de Israel contra o povo palestino.
As palestinas e palestinos como forma de resistência, há muito tempo fazem um chamado internacional por solidariedade, pedindo denúncia e boicote ao Estado de Israel. É nesse sentido que nos somamos à luta do povo palestino com o objetivo de responsabilizar o imperialismo e o Estado de Israel pelos seus crimes, inibindo a tentativa de naturalizar o sionismo e de apagar seus atos criminosos, tal como ocorre na Parada LGBT de São Paulo este ano, com Israel se utilizando da participação de eventos como este buscando demonstrar ser um estado plural, inclusivo e não racista ao mesmo tempo que mata milhares e milhares de palestinos. Não toleramos a política de extermínio do povo palestino.
Ao mesmo tempo que faz parceria com o Estado sionista israelense, a organização do evento impede a participação de entidades de trabalhadores como é o caso da Apeoesp, o Sindicato dos Professores da Rede Estadual de São Paulo. Um verdadeiro absurdo.
Nesse sentido, repudiamos a política adotada pela Organização do evento, principalmente em relação a parceria com o Estado de Israel, o qual busca utilizar um espaço de luta tão importante para nós LGBTs para fins de marketing político. Por isso, o Coletivo LGBT Prisma – Dandara dos Santos informa que sua Caravana à 22ª Parada LGBT de São Paulo, se somará ao Bloco LGBT Palestina Livre. Chamamos todas e todos a somar neste bloco em forma de protesto a participação do Estado sionista israelense.
Contra todas as formas de opressão!
Fora Israel da Parada LGBT e da Palestina!
Pelo fim do Estado sionista de Israel!
Por uma Palestina laica, democrática e multiétnica que reúna trabalhadores e LGBTs israelenses e palestinos!
São Paulo, 02 de Junho de 2018
Assinam esta nota:
Coletivo LGBT Prisma – Dandara dos Santos
Comissão LGBT – EPUFABC
Espaço Socialista (Organização Marxista Revolucionária)
Esquerda Diário
Faísca – Anticapitalista e Revolucionária
MRT – Movimento Revolucionário de Trabalhadores
Setorial Estadual LGBT do PSOL/SP
Luiza Coppieters