Palestina: mais de 100 mortes e milhares de feridos
15 de maio de 2018
Desde 30 de março até hoje, as forças militares israelenses já mataram mais de 100 pessoas. Os feridos já são mais 2700, metade por arma de fogo. Isso deve fazer aumentar o número de mortos pois muitos estão em estado grave.
Entre os mortos há jovens, idosos e até crianças de 9 meses. Essas mortes são resultado de uma ação deliberada para matar, já que os manifestantes não colocam a vida dos soldados em risco com as únicas armas que dispõem, os estilingues.
A luta dos palestinos pelo direito de retornar
Neste 15 de maio finalizou a “Grande Marcha pelo Retorno”, em que os palestinos reivindicam o direito de retornar à sua terra natal.
Essa Marcha teve início em 30 de março – Dia da Terra, relembrando as manifestações de 1976 contra os confiscos de terras dos palestinos, quando seis manifestantes foram mortos pelas forças repressivas israelenses.
E finaliza hoje, 15 de maio, em que os palestinos relembram a “Nakba” (“catástrofe”), dia que foram expulsos por forças militares e paramilitares sionistas logo após a criação do Estado sionista de Israel, em 1948. Nesse mês completam 70 anos da criação e expulsão dos palestinos do Estado racista de Israel.
A escalada reacionária de Trump e dos Estados Unidos
A chamada “comunidade internacional”, tendo a ONU e os Estados Unidos à frente, se silencia diante dessas mortes e ataques, isso demonstra o quanto é conivente com o Estado de Israel e suas práticas de extermínio. No máximo emite comunicados contra a “matança indiscriminada”.
A segunda-feira, 15 de maio, foi o dia mais violento, com 60 mortes. Nesse dia foi inaugurada a embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém, em um gesto ofensivo já que passa a reconhecer Jerusalém como capital israelense. Essa cidade, além de historicamente ser palestina, é também considerada sagrada pelas três religiões originárias da região: o cristianismo, o judaísmo e o islamismo.
Para as pretensões de Trump o fortalecimento de Israel é fundamental, inclusive, não descartamos possíveis ações militares contra países da região como Irã e Síria. Nesse sentido, estão a ruptura dos Estados Unidos do acordo com Irã e o bombardeio de posições iranianas em solo sírio.
Lutamos contra a burguesia israelense e não contra os trabalhadores israelenses
A formação de Israel como um Estado teocrático – em que a cidadania só é garantida por filiação religiosa e em que o expansionismo ilimitado é um dever religioso fundamentado na Bíblia – obedeceu aos interesses dos Estados Unidos (com o apoio de outros países) a fim de criar um enclave no Oriente Médio, região rica em petróleo.
Não por acaso os burgueses judeus mais ricos estão nos Estados Unidos controlando vários bancos, centros de mídia e, principalmente, a indústria da guerra. Apoiam e financiam o Estado israelense e suas guerras, nas quais matam pessoas em nome de sentimentos religiosos e promessas bíblicas. Mas, o objetivo principal é, como dissemos, manter o controle político e econômico, enfim, lucrar. E para os capitalistas, o lucro é a religião.
Ou seja, a formação do Estado de Israel e o massacre ao povo palestino não têm nada a ver com a luta dos judeus contra o antissemitismo que os perseguiu durante séculos e teve sua culminação no Holocausto, perpetrado pelos nazistas.
Hoje Israel conduz seu próprio Holocausto contra a população palestina. Dessa forma, uma coisa, é o povo judeu no mundo inteiro, os trabalhadores judeus, seu passado, sua cultura, sua luta e a tragédia do Holocausto, outra coisa, é a burguesia judia que controla o Estado de Israel.
A burguesia israelense quer dizimar o povo palestino
A luta pelo fim do Estado racista de Israel é decisiva para a construção da paz entre o povo palestino (e outras nações árabes) e o povo israelense (não somente os judeus).
Onde hoje está Israel foi uma região de convivência pacífica entre judeus e palestinos, mas, essa paz foi rompida com a criação do Estado de Israel com o apoio dos Estados Unidos e Inglaterra e com o silêncio cúmplice de Stalin.
A criação de novos assentamentos, controlar as fontes de energia e recursos naturais, a ocupação militar de outros territórios palestinos com a destruição das casas e plantações é parte da política de Israel em acabar com os palestinos.
Pela dissolução do Estado de Israel! Por um único Estado em que possa coexistir pacificamente trabalhadores israelenses e palestinos!
A política do governo israelense, de extermínio do povo palestino, tem apoio de uma parcela da população de Israel, mas não é unânime. Há grupos de oposição a essa política e por isso também são tratados como inimigos. O governo israelense é impiedoso até com os seus cidadãos, já que muitos foram obrigados a se exilarem para não serem presos ou mortos por grupos fundamentalistas do judaísmo.
É importante essa diferenciação porque ao defendermos o fim do Estado de Israel não estamos defendendo que se aplique essa mesma política de extermínio contra o povo israelense, pelo contrário, defendemos a bandeira histórica da esquerda palestina. Isto é, a constituição de um Estado palestino livre e laico em que todas as religiões e povos possam coexistir pacificamente.
Por isso, é fundamental a luta da classe trabalhadora israelense contra aqueles que a explora e em seu nome buscam impor o holocausto contra os palestinos. Somente trabalhadores palestinos e israelenses lutando juntos contra quem explora poderão construir a paz na região e entre os povos.
Esses conflitos estão ligados à exploração e ao controle das riquezas minerais na região do Oriente Médio, é a força da ganância e do lucro que se sobrepõem às necessidades e potencialidades humanas. Nesse sentido, essa luta está ligada também à luta pelo socialismo.
Jerusalém é Palestina!
Fora Israel da Palestina! Pelo fim do Estado de Israel! Por um Estado laico e multiétnico que reúna o proletariado israelense e palestino!
Pela unidade dos trabalhadores palestinos e israelenses contra a burguesia israelense!
Pelo fortalecimento das lutas da juventude contra o massacre aos Palestinos!