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Março de novo, e como anda a violência contra a mulher?


8 de março de 2017

O Atlas da Violência de 2016 apresenta números alarmantes acerca da violência contra a mulher. No ano de 2014, pelo menos 4.757 mulheres foram mortas por agressão: aumento de 11.6% após a promulgação da Lei Maria da Penha; cerca de 13 mulheres por dia. Outros tipos de violência somam 16 milhões ao ano.

Para não fugir ao debate, em comparativo com o número de mortes de homens, é necessário lembrar que a maioria dessas agressões às mulheres acontecem pelos seus maridos, namorados ou ex-companheiros, segundo a central do Ligue 180, da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República.

Já segundo o Datafolha esse número é maior ainda: 500 mulheres são agredidas a cada hora no Brasil. A pesquisa mostra que 9% das mulheres brasileiras levaram chutes, empurrões só no ano passado; 29% das brasileiras sofreram agressões verbais. No transporte público, não é diferente, as mulheres sofrem assédio cotidianamente somando 5,2 milhões no ano passado.

Os índices só pioram quando pensamos na mulher negra da periferia em que a pobreza permanece ou se agrava. Segundo o Mapa da Violência de 2015, o homicídio da mulher negra aumentou 54% em 10 anos.

O feminicídio de Eliza Samudio

Em 2012, no Estado de Minas Gerais, mais uma vítima entrou para a estatística da violência doméstica: Eliza Samudio. Condenada por engravidar, Eliza foi morta, esquartejada e jogadas aos cachorros “apenas” porque Bruno Fernandes de Souza não queria assumir a paternidade de seu filho. Mais de seis anos depois, Bruno é solto, em condições privilegiadas. Como se nada tivesse acontecido, este homem foi acolhido com o carinho e fotos dos fãs.

Em um caso com repercussão nacional e internacional, muitos times de futebol não se intimidaram em propor novos empregos para este goleiro. A vida de quem nos agride cotidianamente continua igual, nós estamos morrendo porque eles sabem que as leis burguesas não os atingem nem em maior ou menor grau.

O carnaval não foi só diversão e alegria…como a violência está em todos os espaços e momentos

Em um cenário mais atual, em que há luta e resistência das mulheres, a misoginia continua em alta. De acordo com a PM, uma mulher foi agredida a cada 3 minutos e 20 segundos durante o Carnaval do Rio de Janeiro. Num caso específico vimos mulheres que faziam campanha contra a violência e o abuso sexual durante o Carnaval serem agredidas por homens. Como resultado, os responsáveis pela campanha substituíram as mulheres por homens, o que cessou a violência.

Referência bibliográfica:

Atlas da Violência 2016. Disponível em: <http://infogbucket.s3.amazonaws.com/arquivos/2016/03/22/atlas_da_violencia_2016.pdf>. Acesso em: 8 mar. 2017.

DATAFOLHA. Uma em três brasileiras diz ter sido vítima de violência no último ano. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2017/03/1864564-uma-em-tres-brasileiras-diz-ter-sido-vitima-de-violencia-no-ultimo-ano.shtml>. Acesso em: 8 mar. 2017.

 FÓRUM SEGURANÇA. Disponível em: <http://www.forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2017/03/visivel_invisivel_apresentacao.pdf>. Acesso em: 8 mar. 2017.

G1. Mais de 500 mulheres são vítimas de agressão física a cada hora no Brasil aponta Datafolha. Disponível em: <http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/mais-de-500-mulheres-sao-vitimas-de-agressao-fisica-a-cada-hora-no-brasil-aponta-datafolha.ghtml>. Acesso em: 8 mar. 2017.