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Barrar os ataques da patronal e derrotar Temer nas lutas!


18 de setembro de 2016

Os ataques do governo Temer contra a classe trabalhadora estão a serviço dos empresários e são muitos. O objetivo principal é retirar nossos direitos sociais e trabalhistas para aumentar os lucros dos diversos setores do empresariado às custas de nossas vidas.manif

Dando continuidade aos ataques já iniciados pelos governos anteriores, do PT, a reforma trabalhista (como o ajuste no seguro desemprego, na pensão etc), agora no governo Temer, pretende retirar o mínimo de proteção que a CLT garante aos trabalhadores. A principal proposta é o negociado prevalecer sobre o legislado, ou seja, direitos garantidos por lei, como o 13º salário e as férias, podem ser “renegociados” entre empresas e sindicatos. Perde-se a garantia dos direitos já conquistados. E sabemos que muitos sindicatos estão nas mãos do próprio PT e de outros setores nos quais não se pode confiar.

A reforma da previdência é um conjunto de medidas, desde dificultar a aposentadoria por invalidez e o auxílio-doença até mexer na Constituição Federal. Impõe idade mínima para se aposentar (CLT) e aumenta a idade de aposentadoria para o funcionalismo público. Há várias propostas no governo: uma delas é de que a idade mínima seja de 70 anos para homens e 65 para mulheres.

O congelamento dos investimentos no serviço público em até 20 anos e até mesmo o fim da estabilidade para os trabalhadores concursados também estão sendo propostos. Avanço das privatizações dos Correios, da Petrobras, da Casa da moeda e de empresas do setor elétrico estão nas metas do governo Temer.

O desemprego cresceu no governo Dilma e se agrava. Pelos dados oficiais, no primeiro semestre o desemprego chegou aos 11,6 milhões e uma taxa nacional de 11,7%. Na região metropolitana de Salvador chega a quase 25%, no Distrito Federal 19% e em São Paulo a 17%.

Derrotar Temer sim, mas nas lutas!

“Primeiramente”, precisamos admitir que agitar a bandeira do Fora Temer sem construir lutas pela derrota concreta de suas medidas não responde aos problemas reais dos trabalhadores. Sabemos que não temos alternativas políticas dos trabalhadores em condições de disputar com as alternativas políticas dos patrões. Hoje, com a derrubada de Temer, todos sabem que não entraria no governo um representante dos trabalhadores. O “Fora” pelo “Fora” na prática substituiria Temer por outra peça do xadrez dos empresários. Assim, sem um enfrentamento real do conjunto dos trabalhadores contra os ataques do empresariado, esse novo governo iria cumprir a mesma função de Temer, ser o novo aplicador dos ataques aos direitos.

Por isso, barrar os ataques dos patrões é o fundamental. Apesar disso, Temer representa hoje os empresários e é quem aplica todos esses ataques. Portanto, precisa ser derrotado sim. Mas precisamos derrotar ele e o projeto que está por trás de sua figura, a agenda dos patrões, em cada luta cotidiana.

O maior desafio dos trabalhadores no próximo período é barrar essa ofensiva patronal contra os direitos não só no Brasil, mas em todo o globo. A luta contra o governo Temer portanto não pode ser uma luta genérica por sua derrubada. Somente a força da classe trabalhadora mobilizada, enfrentando cada medida patronal que Temer tentar aplicar contra nós pode resolver os problemas atuais. A medida do sucesso da derrota de Temer se dará nas lutas, a cada vitória concreta dos trabalhadores contra os patrões.

Unificar cada luta rumo à greve geral!

Categorias nacionais estão em luta, bancários, trabalhadores dos correios e os petroleiros. Essas campanhas salariais agregam nesse momento a urgente luta contra as privatizações. Precisamos unificar a luta dessas categorias para fortalecer a luta de toda a classe trabalhadora e derrotar as reformas trabalhista e previdenciária antes que seja tarde. Os metalúrgicos terão um dia de luta em 29 de Setembro. É preciso fortalecer cada luta dessas categorias e construir a greve geral, mostrando a força dos trabalhadores, barrando os ataques dos patrões e derrotando Temer nas lutas!

Para isso, precisamos de formas organizativas para unificar nossas lutas. Cada enfrentamento isolado que encampamos duramente nos locais de trabalho contra as chefias, no movimento popular, contra as prefeituras e governos, nos locais de estudo, contra os diretores e reitores autoritários, contra os cortes dos governos e os aumentos de mensalidades dos empresários da educação, cada luta das mulheres contra a violência machista do cotidiano contra as trabalhadoras, cada luta das LGBTs contra a discriminação, as agressões e assassinatos nas ruas, cada luta dos trabalhadores negros contra o genocídio, a violência racista e por reparação precisa ser unificada e ter referência nos setores socialistas do movimento.

Para isso, precisamos construir plenárias de base que unifiquem essas lutas e nos levem a um encontro nacional de lutadores para barrar os ataques da patronal, construindo uma grande greve geral e também debatendo saídas para enfrentar o capitalismo.