Somos todos Guarani Kaiowá!
27 de novembro de 2015
Este texto é uma contribuição individual e não necessariamente expressa a posição do Espaço Socialista, por isso se encontra assinado por seu autor
M.M.
Isolamento, violência e morte ainda é a ferramenta usada pelos usurpadores de terra batizados de agronegócio acobertados pelo Estado brasileiro para garantir seus privilégios.
O genocídio que já dura mais de 500 anos segue reafirmado nos diversos ataques aos povos originários do Brasil.
Em 1º de novembro de 2014, Marinalva Kaiowa foi assassinada com 35 facadas nas margens das terras que os Guarani Kaiowa tentam reaver a mais de 40 anos e que estão demarcadas e homologadas a mais de 10. Seu assassinato expressa o grau de impunidade que goza fazendeiros, pois foi executado apenas duas semanas após Marinalva participar de um protesto contra decisão do Supremo Tribunal Federal que anulou processo de demarcação da Terra Indígena Guyraroká. E o pior, além de Marinalva, mais 16 mulheres indígenas tiveram o mesmo fim[1].
Em junho último, fazendeiros armados e pistoleiros invadiram a comunidade Guarani Kaiowa, Ñanderú Marangatú, resultando no desaparecimento de duas crianças indígenas, em agosto grupos armados voltaram a invadir acampamentos Guarani Kaiowa e assassinaram Simião Vilhalva e feriram mulheres e crianças.
A rotina de espancamentos, atropelamentos e violências sexuais se junta a perseguição política àqueles que buscam denunciar ou defender os interesses jurídicos das etnias indígena.
É o caso da CPI iniciada na Assembleia Legislativa de Matogrosso do Sul pela bancada de políticos financiados pelo agronegócio sulmatogrossense contra o Conselho Indigenista Missionário – CIMI – organização que desde 1972 impulsiona o protagonismo indígena no fortalecimento da “autonomia desses povos na construção de um projeto alternativo, pluriétnico, popular e democrático” e que agora é acusado de incentivar invasões indígenas em terra “particulares”.
Bem como, o processo de cassação do registro profissional do advogado Terena Luiz Henrique Eloy, promovido pela Federação de Agricultura e Pecuária do ato Grosso do Sul (Famasul) e Associação dos Criadores do Mato Grosso do Sul (Acrissul).
Os povos originários do Brasil e o Mercado Mundial
Todas as formas da violência empregada contra as populações indígenas expressam o mesmo conteúdo e lógica de transformar todas as esferas da vida em relações lucrativas.
A esse serviço estão duas iniciativas fundamentais da bancada ruralista:
1) a PEC 215/2000 que propõe alteração na Constituição Federal para incluir, dentre as competências exclusivas do Congresso brasileiro, “a aprovação de demarcação das terras tradicionalmente ocupadas pelos índios e a ratificação das demarcações já homologadas” e que atualmente é competência do poder Executivo, ou seja, a bancada do boi, da bala e da bíblia decidirá o futuro de todos os territórios indígenas.
2) O substitutivo do Projeto de Lei 1610/96 do deputado federal Édio Lopes (PMDB/RR), que dispõe sobre a exploração e o aproveitamento de recursos minerais em terras indígenas e deixa que “Qualquer interessado” poderá requerer ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) o direito de minerar qualquer terra indígena no Brasil, além da anulação de qualquer direito sobre mineração concedida antes da promulgação desta nova lei.
Com a aprovação de tais projetos o agronegócio poderá contar com sua bancada no Congresso para impedir novas demarcações de terras e inclusive retomar as áreas já homologadas e o setor minerador poderá requisitar a exploração das ricas áreas da Amazônia legal, inclusive as já ocupadas, demarcadas, homologadas e registradas.
Dessa forma o capital internacional investido nesses ramos poderá usufruir mais um ciclo de crescimento nas taxas de lucro invadindo e pilhando as nações indígenas.
Só a Classe Trabalhadora pode Construir uma Alternativa
Só o diálogo constante e propositivo entre os diversos setores da classe trabalhadora e as nações indígenas pode construir uma alternativa que aponte outra forma de sociabilidade, voltando os meios de produção para a satisfação das necessidades humanas e não do capital e sua sede de lucro.
Sendo a palavra de ordem: Construir um amplo movimento de contestação à lógica do lucro e em defesa da riqueza dos trabalhadores e povos indígenas.
Quem luta não deve ser perseguido! Todo apoio ao advogado Terena Luiz Henrique Eloy! Acesse: http://www.oabms.org.br/Contato/ReclameOAB e registre sua indignação.
Defenda o CIMI do ataque dos ruralistas, http://www.al.ms.gov.br/tabid/229/Default.aspx e manifeste seu apoio!
Pela visibilidade indígena e por seu direito de existir!
Contra o genocídio das nações indígenas e a sanha especulativa dos ruralistas e agronegócio!
Por um Brasil multiétnico, dos trabalhadores e com seus recursos e riquezas a serviços das necessidades humanas!
Isolamento, violência e morte ainda é a ferramenta usada pelos usurpadores de terra batizados de agronegócio acobertados pelo Estado brasileiro para garantir seus privilégios.
O genocídio que já dura mais de 500 anos segue reafirmado nos diversos ataques aos povos originários do Brasil.
Em 1º de novembro de 2014, Marinalva Kaiowa foi assassinada com 35 facadas nas margens das terras que os Guarani Kaiowa tentam reaver a mais de 40 anos e que estão demarcadas e homologadas a mais de 10. Seu assassinato expressa o grau de impunidade que goza fazendeiros, pois foi executado apenas duas semanas após Marinalva participar de um protesto contra decisão do Supremo Tribunal Federal que anulou processo de demarcação da Terra Indígena Guyraroká. E o pior, além de Marinalva, mais 16 mulheres indígenas tiveram o mesmo fim[1].
Em junho último, fazendeiros armados e pistoleiros invadiram a comunidade Guarani Kaiowa, Ñanderú Marangatú, resultando no desaparecimento de duas crianças indígenas, em agosto grupos armados voltaram a invadir acampamentos Guarani Kaiowa e assassinaram Simião Vilhalva e feriram mulheres e crianças.
A rotina de espancamentos, atropelamentos e violências sexuais se junta a perseguição política àqueles que buscam denunciar ou defender os interesses jurídicos das etnias indígena.
É o caso da CPI iniciada na Assembleia Legislativa de Matogrosso do Sul pela bancada de políticos financiados pelo agronegócio sulmatogrossense contra o Conselho Indigenista Missionário – CIMI – organização que desde 1972 impulsiona o protagonismo indígena no fortalecimento da “autonomia desses povos na construção de um projeto alternativo, pluriétnico, popular e democrático” e que agora é acusado de incentivar invasões indígenas em terra “particulares”.
Bem como, o processo de cassação do registro profissional do advogado Terena Luiz Henrique Eloy, promovido pela Federação de Agricultura e Pecuária do ato Grosso do Sul (Famasul) e Associação dos Criadores do Mato Grosso do Sul (Acrissul).
Os povos originários do Brasil e o Mercado Mundial
Todas as formas da violência empregada contra as populações indígenas expressam o mesmo conteúdo e lógica de transformar todas as esferas da vida em relações lucrativas.
A esse serviço estão duas iniciativas fundamentais da bancada ruralista:
1) a PEC 215/2000 que propõe alteração na Constituição Federal para incluir, dentre as competências exclusivas do Congresso brasileiro, “a aprovação de demarcação das terras tradicionalmente ocupadas pelos índios e a ratificação das demarcações já homologadas” e que atualmente é competência do poder Executivo, ou seja, a bancada do boi, da bala e da bíblia decidirá o futuro de todos os territórios indígenas.
2) O substitutivo do Projeto de Lei 1610/96 do deputado federal Édio Lopes (PMDB/RR), que dispõe sobre a exploração e o aproveitamento de recursos minerais em terras indígenas e deixa que “Qualquer interessado” poderá requerer ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) o direito de minerar qualquer terra indígena no Brasil, além da anulação de qualquer direito sobre mineração concedida antes da promulgação desta nova lei.
Com a aprovação de tais projetos o agronegócio poderá contar com sua bancada no Congresso para impedir novas demarcações de terras e inclusive retomar as áreas já homologadas e o setor minerador poderá requisitar a exploração das ricas áreas da Amazônia legal, inclusive as já ocupadas, demarcadas, homologadas e registradas.
Dessa forma o capital internacional investido nesses ramos poderá usufruir mais um ciclo de crescimento nas taxas de lucro invadindo e pilhando as nações indígenas.
Só a Classe Trabalhadora pode Construir uma Alternativa
Só o diálogo constante e propositivo entre os diversos setores da classe trabalhadora e as nações indígenas pode construir uma alternativa que aponte outra forma de sociabilidade, voltando os meios de produção para a satisfação das necessidades humanas e não do capital e sua sede de lucro.
Sendo a palavra de ordem: Construir um amplo movimento de contestação à lógica do lucro e em defesa da riqueza dos trabalhadores e povos indígenas.
Quem luta não deve ser perseguido! Todo apoio ao advogado Terena Luiz Henrique Eloy! Acesse: http://www.oabms.org.br/Contato/ReclameOAB e registre sua indignação.
Defenda o CIMI do ataque dos ruralistas, http://www.al.ms.gov.br/tabid/229/Default.aspx e manifeste seu apoio!
Pela visibilidade indígena e por seu direito de existir!
Contra o genocídio das nações indígenas e a sanha especulativa dos ruralistas e agronegócio!
Por um Brasil multiétnico, dos trabalhadores e com seus recursos e riquezas a serviços das necessidades humanas!