Uma cidade que seja realmente para todos e todas!
19 de fevereiro de 2014
Juventude – AL
2014 é o ano da Copa no Brasil. Somos conhecidos no mundo todo como o país do futebol, do carnaval e das belas praias. Para a realização desses grandes eventos é preciso gastar bilhões de reais na construção de estradas, pontes, estádios, sem falar na enorme campanha publicitária.
Infelizmente esses, e outros tantos gastos não beneficiam o povo que constrói o país. Não vemos a mesma disposição dos governos em investir na saúde da população, na educação do povo, menos ainda em um transporte público de qualidade.
Há pelo menos um ano os empresários do setor de transporte estão tentando aumentar o valor da passagem de ônibus em várias cidades, incluindo Maceió. O que tem provocado uma série de protestos e grandes mobilizações de rua que se espalharam pelo Brasil. – a luta é para que saúde e educação não sejam privilégios de quem tem dinheiro. “Não são só 20 centavos!” É contra a mercantilização da vida!
O valor da passagem em Maceió é muito alto em relação tanto a quilometragem do percurso – considerando que em alguns bairros não há linhas diretas para outros lugares, fazendo o trabalhador pegar mais de uma condução para chegar a um único destino – quanto aos péssimos serviços ofertados.
Vejamos: há a ausência de terminais e abrigos nas paradas de ônibus; o serviço é prestado sem licitação de um serviço que é público; o número de ônibus é insuficiente para atender a população, por isso andam sempre lotados; o sucateamento da frota; a ausência de um sistema integrado.
Numa cidade pequena como a nossa, existem poucas linhas que percorrem longas distâncias e as que não percorrem, não há integração.
A questão do custo do transporte não é apenas técnica, é política – ou seja, por quem e para quem a cidade é comandada.
No lugar de uma cidade governada pelas empresas de ônibus, pela indústria do automóvel, pelas imobiliárias, construtoras e donos de shoppings, devemos ter os destinos da cidade estabelecidos pela e para a maioria do povo. Mas, para quem ela é feita? Para alguns poucos.
O problema aparece quando um bem ou serviço que precisa ser de todos torna-se fonte de lucro para alguns em detrimento da maioria, os trabalhadores.
O transporte coletivo e a gestão da cidade devem ser retirados das mãos de alguns poucos empresários, pois para eles apenas o lucro importa, mesmo que milhares de pessoas não possam ter acesso ao transporte.
E quem realmente paga a conta dessa festa? Carnaval, Copa, olimpíadas, grandes obras, estádios, shopping, a política do automóvel, etc. – nós é que bancamos a isenção fiscal para a indústria de carros e temos nossas ruas abarrotadas de veículos; com um trânsito infernal. Nós é que pagamos o superfaturamento das grandes obras; os custos do transporte são dos usuários quando devem ser de quem lucra com a cidade.
Devemos defender um transporte coletivo gerido pelo poder público, voltado para os interesses da coletividade. A população trabalhadora não pode aceitar essa situação passiva como alguém assistindo a novela na TV. Sai do sofá e vem pra RUA!