PELO VETO DA TOTALIDADE DO NOVO CÓDIGO FLORESTAL!
15 de maio de 2012
Como se esperava, o Congresso Nacional, sob liderança da bancada ruralista e com conivência dos governistas, aprovou o texto do “novo” Código Florestal. Ele é novo no nome, mas mantém as mesmas relações de produção escravocratas de centenas de anos no país, com os mais sérios ataques ao meio ambiente.
Os rios, morros, florestas, os pequenos produtores e a agricultura familiar (que o agronegócio e os latifundiários dizem representar), os trabalhadores e trabalhadoras do campo, homens e mulheres que consumem os produtos agrícolas, estão sem proteção legal ambiental, e também ameaçados pelas profundas modificações na estrutura agrária que esse novo código significa. Todo esse esforço dos ruralistas (bisnetos dos escravocratas racistas deste país) é para ampliar a área agriculturável de produtos que o nosso povo sequer consome, mas que o mercado internacional paga com dólares.
Na mão dos capitalistas, alimento vira mercadoria, pois o que essa legislação visa aumentar é a produção dos chamados commodities, produtos todos voltados para a exportação. Outro efeito imediato dessa legislação é o aumento dos preços dos alimentos que compõem a dieta dos brasileiros, como arroz, feijão, legumes e verduras.
A aprovação desse código também é um recado ao capital mundial, que vai participar da Rio + 20, de que o país vai continuar servindo de plataforma de exportação e alimentar as bolsas de valores e os especuladores da fome mundial. Esse código não serve aos trabalhadores do campo e da cidade, não serve nem aos pequenos produtores e nem a agricultura familiar, só serve ao capital agrário.
Diante desta situação, em que já foi aprovado no Congresso Nacional o novo texto do código florestal, e sem prejuízo de outras formas de luta, temos a convicção de que é fundamental uma ampla campanha de luta para que Dilma vete a totalidade do código aprovado pelo congresso dos ruralistas.
Sabemos que o veto só pode acontecer como resultado das mobilizações, já que o PT, desde que chegou ao governo, tem tido uma política totalmente voltada a favorecer o latifúndio e o agronegócio. Junto com essa luta, também defendemos que é necessário impulsionar um movimento unitário dos trabalhadores do campo e da cidade e de todas as suas organizações, para discutir e elaborar um plano de ação para enfrentar a direita agrária e impor sobre esse setor uma reforma agrária radical, sob controle dos trabalhadores, feita pela ação direta dos sem-terra, e não “pelo alto”, através do Estado.
Para que se possa ter como prioridade produtos agrícolas (sem veneno) que satisfaçam as necessidades dos trabalhadores e não do capital. Reforma agrária sob controle dos trabalhadores! Fim do latifúndio e do agronegócio! Por uma agricultura coletiva, orgânica e ecológica voltada para as necessidades da classe trabalhadora!
ESPAÇO SOCIALISTA E COLETIVO LÊNIN