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Lutar contra a homofobia e contra o capitalismo


19 de fevereiro de 2011

Lutar contra a homofobia e contra o capitalismo

Desde Novembro de 2010 já se somam cinco ataques homofóbicos na região da Av. Paulista. Esses ataques não são um fenômeno isolado. São parte de um processo geral que está em curso na sociedade. Vivemos um momento onde o conservadorismo, ideologicamente imposto pelo capitalismo, está voltando à tona – mais forte do que nunca.

No ano passado, durante a campanha eleitoral, vários temas “polêmicos” foram usados para confundir a grande maioria das pessoas, para disfarçar o que realmente estava em jogo. Para continuar a aplicação do projeto neoliberal sobre nosso país, os candidatos fizeram pose de “defensores da moral e dos bons costumes”, se colocando contra a descriminalização do aborto e contra o casamento de homossexuais. 

Esses “defensores da moral e dos bons costumes” são os mesmos políticos corruptos que, entra governo, sai governo, impõem uma maiorexploração e a opressão sobre os trabalhadores. A necessidade da classe dominante de aumentar a exploração é ainda maior em tempos de crise do capitalismo. Para dobrar a resistência dos trabalhadores contra a exploração, aumentam as manifestações fascistas, machistas, racistas e homofóbicas. As idéias conservadoras ganham espaço.

Os exemplos desse conservadorismo são vários. Tivemos a infame “campanha” na internet contra a presença dos nordestinos em São Paulo, a campanha para entregar o militante italiano Cesare Batistti ao governo fascista e corrupto de seu país, e na semana que passou, a violenta repressão policial sobre os jovens que protestavam contra o aumento das passagens de ônibus.

Quando nos perguntamos o que está por trás destes ataques e de tanto preconceito, nos deparamos com toda uma lógica social. Para defender osistema capitalista, a classe dominante impõe aos trabalhadores a sua visão de mundo, para fazê-los aceitar uma lógica que privilegia e garante a obtenção de mais e mais lucro, condição para a manutenção e perpetuação do sistema.

E como isso se dá? Ocorre através da exploração do trabalhador, e através da imposição de ideias para que todos permaneçam obedientes. Dentre elas está a família patriarcal, que é um dos pilares da sociedade burguesa. A família patriarcal garante a reprodução de mais mão-de-obra (trabalhadores) e ainda favorece a instauração do conservadorismo, do machismo, do racismo, da homofobia, do consumismo e de muito mais da lógica capitalista.

Pensando nisso percebemos que os homossexuais não se “encaixam” neste padrão da família patriarcal. Não servem para reproduzir a mão de obra. Por isso os homossexuais são perseguidos na sociedade de classes. Os homossexuais são parte da classe trabalhadora, mas são tratados como uma parte “inferior”, “imoral”, “pecadora”, etc. Os preconceitos contra os homossexuais colocam a própria classe trabalhadora contra esse setor da população.

A classe dominante se utiliza desse mecanismo, dessas “diferenças”, para dividir a classe trabalhadora, colocando uns contra os outros. As mulheres, os negros e LGBTs são tratados como inferiores aos demais, como pecadores, como marginais, etc. idéias que os próprios trabalhadores absorvem. Isto torna “natural” que as mulheres, os negros e LGBTs, fiquem com os piores empregos, aceitem salários mais baixos, sofram toda espécie de violência e assédio. Através de divisões artificiais, a classe dominante faz com que alguns trabalhadores discriminem os outros, reproduzindo a lógica de dominação e opressão.
Por isso quando pensamos em lutar contra a Homofobia e o preconceito contra os LGBTs, constataremos que o fim da Homofobia e da Opressão só é possível com o fim do próprio capitalismo e da sociedade de classes. E para isso é preciso que a luta dos LGBTs contra a violência e preconceito que estamos sofrendo se unifique com a luta dos trabalhadores em geral, pelo fim da exploração e da opressão.

Muitos LGBTs são levados a acreditar que podem ser aceitos nessa sociedade capitalista, desde que demonstrem que são “bem sucedidos”, “bem comportados”, “discretos”, usem roupas de marca, frequentem lugares caros, não se misturem com os pobres, etc. Trata-se de uma ilusão, já que esse modelo de “sucesso” é falso, não está aberto para todos, exige que se viva uma vida de aparências, uma escravidão aos objetos de consumo, em que não há verdadeira liberdade. Além disso, os LGBTs continuam sendo assassinados, torturados, estuprad@s, agredidos, demitidos, humilhados e ofendidos.
Enfim, é preciso lutaremos tod@s unificad@s por uma sociedade Socialista! Somente no socialismo, quando não houver mais exploração do homem pelo homem, quando não houver mais violência e dominação, quando tod@s forem realmente iguais, homens e mulheres, negros e brancos, hetero e homossexuais, será possível sermos plenamente livres e exercermos nossa liberdade sexual.

O Espaço Socialista faz um chamado aos trabalhadores LGBTs para que se somem à luta contra as verdadeiras causas profundas da homofobia, do preconceito e da violência, que tem sua origem na sociedade de classes. Lutemos junt@spela emancipação dos trabalhadores e pelo socialismo! E para isso se faz necessário fortalecer nossa organização e construir a unidade com os movimentos de luta da classe trabalhadora.

Aprovação do PL 122/06. Punição aos agressores!

Pelo casamento civil homossexual!

Pela liberdade sexual!

Pelo fim de toda e qualquer forma de opressão!

Pelo fim do capitalismo! Por uma sociedade socialista!