Zeca do PT… do PSDB, PFL, PPB, PTB, construtores …
11 de agosto de 2009
A pouco mais de 15 meses tomou posse o governo petista de Zeca do PT sob uma cortina de fumaça de um governo popular com grande apoio da população sul mato-grossense .Diferente do que muitos imaginavam essa vitória do PT em nada representava uma vitória da esquerda ou do chamado campo popular. Na verdade foi uma grande vitória da direita ao conseguir ganhar de vez o maior partido da esquerda do estado para o seu campo. Vale lembrar que já no primeiro turno, o então candidato Zeca havia feito todo tipo de acordo com os setores conservadores do estado em troca de financiamento e apoio. No segundo turno foi escancarado de vez, até o arcdireitoso e ex-. governador por varias vezes do estado Pedro Pedrossiam, não só declarou apoio público como colocou toda a máquina da sua campanha a serviço do Movimento Muda MS (Zeca ) .
Clientelismo, nepotismo favorecimento… a cara do governo popular
Já no início esse governo mostrou a que veio. Vale a pena ressaltar que ao assumir a lógica de fazer a política da burguesia, o PT também assumiu sua lógica de governo ,ou seja, contratação de parentes (sobrinhos , primos, esposas, irmãos do governador e do vice) para o governo. Fato vastamente publicado na imprensa nacional num verdadeiro escândalo digno de ACM e cia Ltda. Na parte das contratações, escândalos também não faltaram. O mais conhecido envolve uma empresa de táxi aéreo e o governador. Sem nos esquecermos das férias que Zeca e a família passaram na casa de um grande construtor, que hoje é o responsável pela maior obra em andamento no estado. Não para por aí. O governo do estado através do DERSUL licitou uma ponte depois de já estar construída, por sinal, pelo irmão do então presidente do que ? Do DERSUL!!!!!
A esquerda Petista e o PSTU
Desde antes do início da campanha travou-se um importante debate na esquerda sobre qual seria o caráter de um possível governo do PT. Infelizmente toda a esquerda, sem exceção, contaminada pela embriagues eleitoral apoiou e participou, em maior ou menor grau, da frente eleitoral Muda MS
O PSTU com sua velha ideologia de que as massas precisam fazer experiências apoiou de fora, mas tendo seus programas financiados pelo PT, acabou tornando-se fio condutor da política da burocracia petista, não se diferenciando nem denunciando o caráter burguês da frente. Após a eleição entrou em crise total, perdendo vários de seus filiados diretamente para o aparato do governo. Hoje encontra-se reduzido a poucos militantes na capital, porém parece não ter tirado todas as lições de anos de adaptação à burocracia petista e sindical. Continua na mesma vala comum da consigna de frente dos trabalhadores, quando não existe a menor chance de tal frente vir realmente a se concretizar. Vale a pena perguntar: frente dos trabalhadores com quem? Com o PT, PC do B? Será que é possível chamar esses partidos de operários ou algo similar? Sinceramente acho que não!
A chamada esquerda do PT, se é que se pode chamar desse nome, um ente que ninguém sabe ao certo o que é, e que passou de malas e bagagens ao campo do governo, assumiu cargos e brigou para tê-los sem o menor constrangimentos, limitando-se a fazer críticas no marco do aparato estatal. Aqueles que não conseguiram cargos, via os acordos internos do PT, não se envergonharam de assumir a causa da Articulação e mais precisamente ao grupo Zequista. Parecem ter esquecido dos discursos inflamados de ontem. Hoje são os mais fervorosos defensores do Governo.
Hoje, ainda mais do que ontem, está mais que provado que as eleições não mudam e nem poderão mudar a situação da classe trabalhadora. Só a auto-organização dos que vivem do trabalho, poderá transformar a situação de crise e desesperança que a maioria da população hoje vive.
Márcio Cabral
Campo Grande-MS