Encontro de luta contra o desemprego e a exploração capitalista
13 de março de 2009
22/03 (domingo), às 9h30
Subsede da APEOESP de SBC
Rua Prestes Maia, 233 – Centro – SBC – SP
No começo diziam que a crise era só nos Estados Unidos, que não afetaria a economia brasileira ( era só um marolinha…) e também de que os trabalhadores não pagariam pela crise. Agora o que vemos são milhares de demissões, retirada de direitos e redução dos nossos salários. Você acha que dá pra confiar no que eles dizem?
Nesta situação os patrões, com a cumplicidade do governo Lula , da CUT e da Força Sindical, aproveitam para impor maior exploração, através do corte de salários, corte de direitos, bancos de horas e tantos outros ataques aos direitos dos trabalhadores/as.
Só em dezembro e janeiro foram quase dois milhões de demitidos em todo o país e muitos outros empregos estão sendo perdidos diariamente em todos setores da economia: Banco Santander, GM de SJCampos (802 demitidos) e São Caetano (1700 demitidos), TRW, ARTEB, Kostal, Pirelli, Cofap e tantas outras no ABC . Professores da rede pública do Estado de São Paulo também sofreram com a ameaça do desemprego neste ano com a tentativa de demitir 17.000 professores. Só nesse ano a estimativa é que cheguem a 230 milhões de desempregados no mundo.
Os trabalhadores negros e as trabalhadoras são os que mais sofrem, pois além de terem salários menores são os primeiros a serem demitidos.
Essa crise não é passageira e não se trata de um problema administrativo, mas da própria lógica do sistema capitalista. É uma crise provocada pelo capital. Até os governos reconhecem agora que a crise é profunda e seus efeitos podem durar anos. Se deixarmos, os governos e os patrões jogarão os efeitos da crise sobre os trabalhadores com desemprego em massa, fome, despejos, miséria para milhões deseres humanos, aumento da violência contra a população pobre, etc.
Precisamos lutar de maneira unificada e com os métodos de luta da classe trabalhadora contra todos os ataques que o governo e os patrões querem descarregar nas nossas costas.
Lula retira dos trabalhadores para dar aos patrões
Já foram gastos bilhões de dólares das reservas internacionais e dos bancos públicos para empréstimos diretos às montadoras, redução de impostos sobre produtos industrializados (IPI), compra de dólares pelo Banco Central etc. Tudo para garantir o lucro do grande capital instalado no Brasil. Ou seja, empresas e bancos recebem dinheiro público e mesmo assim demitem, retiram direitos e chantageiam os trabalhadores com a ameaça permanente do desemprego. Para garantir essa ajuda aos patrões tanto o governo Lula (PT) quanto o Serra (PSDB) cortam verbas da educação e da saúde publicas, da habitação e dos programas sociais . Retiram dos trabalhadores para dar aos patrões.
CUT E Força Sindical: do lado do governo e dos patrões
As centrais governistas (CUT, Força Sindical ,etc) e pelegos de toda espécie aplicam uma clara estratégia de colaboração com os patrões . Em várias fábricas estão defendendo " acordos " de redução de salários e direitos . A CUT e a Força Sindical, ao invés de impulsionar a luta da classe trabalhadora contra a patronal, tentam de todas as formas nos convencer que a redução de salários é uma grande vitória porque garante os nossos empregos. ISSO É MENTIRA ! Na verdade os patrões querem reduzir os salários agora para depois demitir , aliás , como várias empresas já estão fazendo. Na prática isso fortalece a patronal contra os trabalhadores. A única forma de garantir os nossos direitos e o nosso emprego é pela luta . A política dessas centrais leva à perda cada vez maior dos nossos direitos historicamente conquistados. Essas centrais estão do outro lado , ou seja, fazem parte da sustentação da institucionalidade e da política do governo Lula.
Nenhuma confiança nos patrões! Por uma saída dos trabalhadores contra a crise!
Só a luta poderá deter os planos da burguesia e dos governos . Já vimos que se deixarmos para a CUT e a Força Sindical os nossos direitos vão para a lata do lixo . Quem tem que pagar pela crise são os patrões, pois foram eles que a provocaram. Só com luta podemos derrotá-los e garantir os nossos empregos e direitos. No dia 01 de abril está marcada uma jornada nacional de lutas envolvendo várias categorias de trabalhadores, estudantes e movimento popular. Esse dia pode ser muito importante para construirmos um processo nacional de lutas. Mas com a crise é preciso que nos organizemos para além das datas-base e dos calendários pré estabelecidos. Com o pensamento de união dos trabalhadores é que no ABC também estamos nos organizando de maneira independente do governo, dos patrões e das centrais pelegas. Entidades e organizações políticas estão preparando um encontro regional para discutir ações de luta em defesa dos nossos direitos, contra as demissões em massa e o desemprego e também preparar no ABC as atividades de 01/04. Mas não pararemos por ai, pois o desemprego e a crise vão continuar. Nesse encontro também vamos debater formas de prosseguirmos na luta com novas ações e um plano de ação unificado. Fazemos um convite a todos os trabalhadores, jovens e desempregados para participar desse encontro e juntos construirmos um programa para a crise. Inicialmente propomos as seguintes bandeiras: · Nem demissão e nem redução de salários; · Para combater o desemprego: redução da jornada de trabalho SEM redução de salário; · Trabalho digno para todos: pelo fim da precarização do trabalho; · Estatização do sistema financeiro, sob controle dos trabalhadores; · Estatização das empresas que ameacem demitir em massa; · Reforma agrária, sob controle dos trabalhadores.
Participe! Venha ajudar a construir uma alternativa dos trabalhadores
Assinam:
- Subsedes APEOESP São Bernardo e Santo André;
- Coletivo de combate ao racismo Rosas Negra;
- Oposição Correios ABC (ES);
- Oposição SINDSERV SBC (ES);
- ALS (Avançar a Luta Socialista);
- PSOL-SBC;
- Espaço Socialista;
- Estudantes da UFABC e Direito SBC.
- O CRC do DAHG (Fundação Santo André), realizado dia 05/03, aprovou participar da construção do encontro.