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Fusões de bancos provocarão mais desemprego


8 de fevereiro de 2009

Ao longo do ano de 2008, quando a crise econômica começou a despontar nos noticiários com o nome de “crise financeira”, foram anunciados vários processos de fusão entre grandes bancos brasileiros. Uma dessas fusões, a compra do ABN/Real pelo Santander, resulta de um processo que reúne dois bancos internacionais que operam no mercado brasileiro, afetando cerca de 50 mil funcionários brasileiros que trabalham nessas instituições. O evento mais bombástico foi a fusão entre Itaú e Unibanco, 2º e 5º maiores bancos do Brasil, respectivamente, que formariam o maior conglomerado bancário brasileiro, com mais de 4.100 agências e 100 mil funcionários.

Para responder a esse novo gigante, ocorreu a estranha compra da Nossa Caixa pelo Banco do Brasil, um processo em que uma empresa controlada pelo governo federal compra uma empresa do governo do Estado. O BB passaria a ter mais de 100 mil funcionários no seu quadro e ficaria perto de voltar a ser o maior em ativos. A estranheza só se dissipa quando se observa mais de perto o funcionamento do Banco do Brasil, que deixou de ser um banco público para disputar mercado com os bancos privados, adotando as mesmas práticas de superexploração dos funcionários, péssimos serviços e altas tarifas.

Com as fusões, passaria a haver sobreposição de funções entre funcionários de uma mesma empresa, em especial nos departamentos administrativos e de suporte. Em outras palavras, passaria a haver um excesso de funcionários, os quais seriam demitidos. Essa é a ameaça concreta representada pelas fusões. Num primeiro momento, os banqueiros negam as demissões, para ficar de bem com a opinião pública. Mas no médio e longo prazo, a história de concentração no mercado bancário brasileiro mostra que o destino do “excesso” de funcionários é de fato a demissão, ao invés de ser, por exemplo, o aproveitamento nas agências para melhorar o atendimento ao público.

O movimento sindical nacional da categoria bancária, hegemonizado pela Contraf/CUT (PT), não está organizando a luta dos trabalhadores contra as fusões. Para não se chocar com o governo do PT, a Contraf/CUT não contesta a lógica de banco privado com que funciona o BB e muito menos a concentração monopolista do setor bancário brasileiro. A única solução, tanto para os bancários como para a sociedade, é a luta pela estatização do sistema financeiro sob controle dos trabalhadores.