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Estado de Israel assassina covardemente centenas de palestinos. Pelo fim do Estado de Israel!


22 de dezembro de 2012

 Por um Estado multiétnico, laico e sob controle dos organismos dos trabalhadores, que congregue o proletariado israelense e árabe.

Banner palestina livre-ES

Depois do genocídio de 2008, em que Israel invadiu a Faixa de Gaza e massacrou cerca de 1300 palestinos, na maioria mulheres e crianças indefesos e desarmados, o terror volta a assolar o povo palestino. O Estado teocrático, sionista e racista de Israel, com o apoio do imperialista Barack Obama, novamente agrediu a população de Gaza e matou mais de 100 pessoas com bombas e mísseis disparados a quilômetros de altitude, de forma covarde e a esmo, contra alvos aleatórios e quase todos civis. Esta atrocidade incluiu a destruição de escolas, hospitais e até a torre Shuruq – prédio que abriga a imprensa internacional, concentrando várias empresas de mídia estrangeiras – foi alvo de bombardeio pelo 2º dia consecutivo.

Israel pratica o holocausto palestino há quase 70 anos e novamente iniciou a guerra. O Hamas, alvo principal do ataque sionista, por governar Gaza, teve dirigentes mortos por mísseis e a população palestina inteira está sofrendo as consequências de mais esta agressão israelense. Os impostos confiscados dos palestinos que trabalham em Israel e que moram até mesmo na Cisjordânia, administrada pelo partido colaboracionista Fatah, foram retidos por Israel. O envio de alimentos, remédios e todo o restante foi suspenso e o território palestino está sob um bloqueio ainda mais brutal, mesmo após a deflagração de um “cessar-fogo”.

A luta em defesa dos palestinos começa por questões básicas e humanitárias: o fim do bloqueio que impede os palestinos de conseguirem comida e remédios; o fim dos assassinatos de militantes, para os quais pode chover um míssil a qualquer hora do dia; e o fim das invasões ao território já recuperado pelos palestinos – Gaza e parte da Cisjordânia. Este é o programa mínimo necessário na Palestina, e o mínimo que se pode exigir para manter o cessar-fogo da parte palestina. Mas nem isso Israel está disposto a conceder. O suposto cessar-fogo decretado na região viola até mesmo as insuficientes convenções e resoluções da própria ONU e representam uma violação gravíssima dos direitos humanos e da autodeterminação dos povos.

O governo terrorista de Israel insiste na argumentação de que tem o monopólio da violência na região, podendo ser o exército, a polícia, a Justiça e o governo de palestinos, que são os verdadeiros donos da terra usurpada pelos sionistas. Mesmo depois do “cessar-fogo”, Israel continuou bombardeando os palestinos e avançando em outras medidas que na prática representam mais invasão, como a expansão e construção de novas casas, procurando consolidar a colonização sobre a Cisjordânia. Para consolidar esses assentamentos, Israel precisa ampliar o genocídio e a limpeza étnica que pratica contra os palestinos.

Israel é um Estado imposto de fora, pelo imperialismo, como parte de um plano para manter fortes influências em uma região rica em petróleo. Por isso os estadunidenses o financiam e o repassam as armas mais mortíferas, incluindo a tecnologia da bomba atômica.

A necessidade de expansão contínua – pela disputa de riquezas minerais, diminuição da densidade demográfica, etc. – leva Israel a uma condição de guerra permanente, variando somente a intensidade. Já estão na conta desse Estado sionista milhares de mortes de homens, mulheres, crianças e idosos.

O próprio território hoje reconhecido pela maioria dos países como sendo Israel, é parte da Palestina, ocupada pelos sionistas por meio de atentados na década de 40 e, depois, pelo massacre sustentado pelo imperialismo contra as massas árabes, após a imposição deste enclave militar ilegítimo em 1948.

Além dessa ocupação ilegal e ilegítima, assim como sua própria existência, Israel é quem leva ao disparo de foguetes de autodefesa por parte de Gaza, ao bloqueá-la e confiná-la numa enorme prisão, em que 1,5 milhão de pessoas vivem amontoadas, sem emprego, salário, saúde e comida.

Quando o cessar-fogo foi decretado havia, segundo a mídia burguesa, 108 palestinos mortos e 850 feridos. Destes, 21 pacientes em estado grave foram transferidos para hospitais do Egito, por meio da passagem fronteiriça de Rafah. Houve centenas de vítimas queimadas, amputadas e barbaramente feridas! Fontes médicas do território afirmam que 24 crianças e 10 mulheres palestinas estão entre os mortos apenas dos últimos dias de ataque. Enquanto israelenses vivem do que extraem dos palestinos e se assustam com sirenes de mísseis que caem a quilômetros de distância, o drama dos palestinos, expulsos de sua terra e impedidos de ter seu país de direito, é encontrado em cada casa, aterrados por mortes, sofrimento e humilhações.

É importante destacar que a ONU, por mais que se declare neutra, está ao lado do Estado sionista. O reconhecimento de um Estado palestino, além de não significar a saída de Israel dos territórios palestinos ocupados, tem o objetivo de fazer com que os palestinos reconheçam como fato consumado a existência do Estado de Israel. Dito de outra forma: a ONU é conivente com o massacre promovido por Israel e, lógico, conta com o apoio e o silêncio dos demais Estados.

LUTAR JUNTOS PELA LIBERTAÇÃO DA PALESTINA. COMBATER AS DIREÇÕES BURGUESAS POR UMA VITÓRIA VERDADEIRA!

O Hamas, pressionado pela radicalização das massas, que lhe obriga a ir mais longe do que pretendia, afirmou que em caso de incursão terrestre em Gaza os israelenses seriam “enterrados” no território. Este anúncio não pode ficar apenas no discurso e é preciso realmente preparar a resistência, pois há a possibilidade de que Israel invada Gaza para consolidar a “sua fronteira”. O cessar-fogo não acabou com esse risco e, depois das eleições parlamentares israelenses de janeiro, esta invasão pode ser lançada com toda fúria.

Por isso, os palestinos devem repetir o exemplo dos trabalhadores de outros países da região que, de armas na mão, combateram e seguem combatendo seus déspotas genocidas. Da mesma forma, a resistência expulsou o imperialismo do Iraque e o está fazendo no Afeganistão. Israel e o imperialismo não deixam alternativas: só a resistência armada, combinada com a mobilização dos trabalhadores palestinos e dos trabalhadores israelenses que são contra a política do governo sionista, e também a solidariedade internacional e a pressão política e econômica sobre os governos que negociam e sustentam Israel podem obrigar o sionismo a recuar e parar com esse e outros ataques que certamente está tramando.

Não temos acordo com os métodos do Hamas de usar da violência indiscriminadamente contra alvos civis, muito menos com sua prática de ataques a outros grupos combativos palestinos. Tampouco temos acordo com seu programa burguês e fundamentalista religioso, que defende um Estado teocrático islâmico e capitalista.

Mas, apesar de nossas diferenças com o Hamas não se atenuarem um milímetro sequer, há uma guerra neste momento. E, ou se luta junto dos trabalhadores agredidos palestinos, ou se está junto do imperialismo e dos agressores sionistas de Israel. Defendemos o direito de todo povo atacado a se defender. A neutralidade ou a postura diletante, sem dizer o lado da trincheira em que se está, faz coro com os agentes sionistas e com as posturas pró-imperialistas, tal como faz o próprio governo Dilma.

Em todas as horas, e mais ainda nessa, somos todos palestinos e esta guerra também é nossa!

O governo Dilma deveria ter uma posição bem definida: denunciar o massacre do povo palestino, exigir a retirada de Israel dos territórios ocupados e utilizar todos os mecanismos de pressão, como o rompimento das relações diplomáticas, proibição da importação de produtos de empresas israelenses ou controladas por sionistas. Mas não temos nenhuma ilusão de que isso possa vir a ocorrer, tendo em vista o compromisso que este governo tem com o imperialismo e com o capital. Afinal, o próprio governo Dilma é um governo dos capitalistas.

Cada palestino morto é um dos nossos que se foi. A solidariedade com o povo palestino é parte da luta de classes mundial. É parte da mesma luta das manifestações que ocorrem na Europa ou das greves que se deflagram contra os patrões e governos no Brasil, Argentina e demais países.

As massas árabes já mostraram o caminho e Israel já não é mais invencível como se dizia. Já foi escorraçado de Gaza e do sul do Líbano. Esse é o momento de derrotar o sionismo outra vez e preparar a destruição desse Estado terrorista e teocrático, para assim construir um único Estado onde possam conviver árabes e judeus, independentemente de suas convicções religiosas.

Por fim, é importante destacar que o islamismo, seja lá qual for a variante, não representa uma saída de classe para os trabalhadores árabes. A solução definitiva somente poderá vir a partir do momento em que os trabalhadores conseguirem impor uma política classista, por fora das correntes do islamismo e da burguesia árabe.

Também é importante uma política que busque atrair os trabalhadores israelenses que são vítimas do sionismo. Por isso defendemos um Estado multiétnico que congregue o proletariado árabe e israelense e que esteja sob controle dos organismos dos trabalhadores.

Espaço socialista e Movimento Revolucionário, dezembro de 2012