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08 de Março – Dia Internacional de Luta da Mulher


8 de março de 2018

Novamente nos deparamos com esse dia tão importante para a mulher trabalhadora e não temos ainda, em várias partes do mundo e no Brasil, a organização necessária para resgatarmos o caráter socialista e de classe dessa data.

Poderíamos entrar na polêmica de como e quando esse dia passou a convocar as mulheres para a participação política e para que se manifestassem nas lutas por nossos direitos.

O fato é que foram as mulheres socialistas que passaram a lutar nos seus locais para que cada trabalhadora pudesse contribuir para resolver os problemas específicos que as mulheres enfrentavam e, com sua participação política, pudessem compreender a relação entre essas questões e as questões sociais.

Sabemos que as mulheres da burguesia (milionárias, ricas) não querem mudanças em favor da trabalhadora. As mulheres assumidamente liberais insistem que a luta contra injustas deve ser com ações individuais e pela via institucional, sendo necessário apenas assumir mais cargos nos parlamentos. E são as mulheres socialistas, como parte da classe trabalhadora, que reivindicam a luta em cada local de trabalho, estudo, moradia e nas ruas com greves e manifestações como formas de aumentar a participação política das mulheres para a construção das bases materiais para sua emancipação total.

No entanto, ainda nesse 8 de Março, mesmo com as mulheres da classe trabalhadora no mundo sofrendo as duras consequências da intensificação da exploração e no Brasil com a ofensiva do governo (com as reformas, cortes de verbas, mudança nas leis, ocupação de morros e favelas, não investimento para combater as várias formas de violência contra à mulher, etc.) não temos conseguido a unidade das organizações na luta para retomarmos o caráter de classe e socialista do Dia Internacional de Luta da Mulher.

Até esse momento, as informações são de que ocorrerão greves e manifestações em alguns países da Europa e América Latina. No Brasil, os atos divulgados em redes sociais ainda estão sendo organizados nas grandes cidades.
Especialmente em São Paulo dois atos estão sendo organizados e chamados: Um pela maioria da CSP Conlutas e outro pela maioria da CUT.

Ao considerarmos a importância do dia internacional de luta, das reivindicações históricas das mulheres da classe trabalhadora, o avanço dos ataques do governo, o avanço das ideias de direita e a necessidade de fortalecer os posicionamentos da esquerda socialista junto às lutadoras e trabalhadoras reivindicamos os eixos apresentados pelas companheiras da maioria da CSP Conlutas: Um 8 de Março “independente de governos e de patrões”, de “defesa de nossos direitos enquanto mulheres da classe trabalhadora”, “pela vida das mulheres e polo fim do Feminicídio e estupros”, pela “descriminalização e legalização já do aborto”, por “emprego, creche e moradia dignos”, “contra a Reforma da Previdência e pela revogação da Reforma Trabalhista”.

Na cidade estarão ocorrendo também assembleias de categorias com importante participação de mulheres como professores da rede estadual e municipal, organizadas pelos sindicatos APEOESP e pelo SINPEEM e que, certamente, se farão presentes nos atos.

São Paulo, nesse momento e nesse 8 de Março, representa bem a situação de fragmentação das lutas.

E a CUT que há muito tempo já não tem como foco a unidade da classe trabalhadora, aposta em eixos que demonstram um certo distanciamento do cotidiano do dia Internacional de Luta da Mulher: “Pela vida das mulheres, em defesa da democracia e soberania, denúncia da Reforma da Previdência”.

Com essa situação, na cidade de São Paulo, as organizações que buscam retomar o caráter de classe e socialista do 8 de Março têm a importante tarefa a cumprir: buscar a unidade da esquerda socialista sem o sectarismo insistente e sem aceitar ser massa de manobra das direções petistas que novamente tentarão impor sobre o conjunto de lutadoras e lutadores, em manifestação, a política eleitoreira de defesa de candidaturas ou a de ressaltar seus governos como o de Dilma a fim de esconder seus ataques à classe trabalhadora.

Esse é o momento de dizermos ao mundo o quanto não podemos aceitar os níveis de exploração, de violência e de descaso com a vida das mulheres da classe trabalhadora. As capitalistas que pagam pela crise e não as trabalhadoras!

Sejamos nós a construir a sociedade capaz de atender as necessidades humanas e capaz de humanizar o nosso dia a dia.