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Cadeia para todos os corruptos


27 de dezembro de 2012

CORRUPÇÃO É MARCA DO PODER CAPITALISTA!

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Todos os dias ouvimos falar de um novo caso de corrupção. É mensalão, Carlinhos Cachoeira, mensalão do PT, mensalão do DEM, mensalão do PSDB; é venda de sentenças no judiciário, policiais corruptos, deputados acusados de lavagem de dinheiro na Suíça, compra de apoio no congresso nacional e nas assembleias legislativas, licitações fraudadas no Metrô São Paulo, empresas que dão dinheiro para político… enfim, são tantos casos que uma página não dá para listar todos eles.

Mesmo não sendo o maior problema do orçamento brasileiro (o maior é o pagamento de juros para rolagem da Dívida – número próximo a R$ 670 bilhões), são mais de 60 bilhões de reais todos os anos que vão para a corrupção. Dinheiro que poderia ser utilizado em saúde, educação e outros benefícios sociais.

Mas a utilização indevida de dinheiro público não pára por aí. O financiamento das campanhas eleitorais pelas empresas também é parte desse esquema, pois o dinheiro que doam para as campanhas eleitorais retorna para as mesmas empresas com a distribuição de obras ou mesmo quando os políticos votam leis que as beneficiem.

As empreiteiras e os bancos, por exemplo, são os maiores financiadores das campanhas, doam muito dinheiro para todos os partidos. Depois “ganham” muitas obras para recuperar esse dinheiro e ganhar muito mais do que “doaram”.

O Judiciário não condena os ricos

O STF está “julgando o mensalão”. Serão 30 dias de um espetáculo na mídia, mas cujo final já conhecemos: vai acabar em pizza, como todas as outras “investigações” dos casos de corrupção deste país.

Vão livrar o governo Dilma, vão livrar os deputados e os partidos responsáveis por tanta corrupção. O mais provável é que se condenem alguns “laranjas”, que fizeram a parte prática do esquema, enquanto que os verdadeiros culpados, os mentores do esquema, seus mandantes, saiam impunes.

E quando há alguma raríssima condenação por corrupção nenhum ladrão de dinheiro público vai parar atrás das grades. Nesse imenso país, não há um condenado e preso por crime de “colarinho branco”. Estão todos livres, praticando corrupção ou ensinando outros a fazer.

Também não se tem notícias de que um centavo que foi roubado pelos corruptos tenha sido devolvido aos cofres públicos.

A impunidade acontece porque o judiciário é conivente e trata todos esses corruptos com privilégio e morosidade, concede inúmeros meios de defesa que os demais réus não têm, o que faz com que muitos crimes terminem prescrevendo (passam do prazo para condenar).

Só os pobres são condenados pelo judiciário, pois, quando se trata de julgar questões que interessam aos trabalhadores, o judiciário não tem dúvida: fica contra os trabalhadores.

É esse mesmo judiciário que deixa impune a corrupção que persegue os que lutam por uma vida melhor. É assim com os julgamentos que estão proibindo as greves (no Metrô de São Paulo obrigaram a trabalharem 100% durante a greve, um absurdo, já que nem fora da greve 100% dos trens funcionam), com a imposição de multas aos sindicatos e com o desconto dos dias parados. Algumas dessas medidas nem a ditadura militar teve coragem de adotar.

A corrupção faz parte do sistema capitalista

Toda vez que um esquema de corrupção é descoberto muitos políticos juram inocência e dizem que “é preciso acabar com a corrupção”; dizem que “é preciso ter ética na política” e que “é preciso passar o Brasil a limpo”. Só que, a cada dia que passa, o problema só piora, pois agora todos os partidos – governistas e da oposição burguesa (PT, PMDB, PSDB, PC do B, DEM, PP, PRP, etc)- estão envolvidos. Nenhum escapa.

O PT, que carrega o nome de partido “dos trabalhadores”, por muitos anos disse ser contra a corrupção e defender os trabalhadores, fez a opção de governar sem romper com o capitalismo e a dominação dos ricos e poderosos. Com isso, acabou aceitando a contribuição de empresas para suas campanhas. Daí foi um passo para que os políticos eleitos pelo PT passassem a beneficiar as empresas e esquecer as promessas de campanha. É por isso que as organizações dos trabalhadores devem ser sustentadas pelos próprios trabalhadores e devem lutar para destruir todo o Estado atual e suas instituições, executivo, legislativo, judiciário, forças armadas, etc., que são usadas contra nós, e susbtituí-las por organizações controladas pelos próprios trabalhadores. Chega desse Estado que serve aos patrões e ainda por cima rouba parte do dinheiro que produzimos com nosso trabalho!

O problema da corrupção não é simplesmente das pessoas que ocupam os cargos públicos, o que seria possível resolver apenas trocando essas pessoas. Nem é apenas um problema do partido que está no poder, pois já se revezaram vários partidos no governo e todos eles estão envolvidos em algum caso de corrupção. Antes era PSDB e DEM, agora é PT e PMDB. São farinhas diferentes. Umas mais refinadas; outras, mais grosseiras. Mas, no final das contas, são farinhas do mesmo saco.

Todas essas maracutaias constituem o próprio modo de funcionamento das instituições do Estado burguês e elas só serão resolvidas definitivamente quando os trabalhadores tomarem o poder político e econômico da sociedade.

Para acabar com a corrupção, não podemos ter ilusões nem no judiciário nem nas CPI´s do Congresso. Não podemos ficar esperando que o congresso nacional e suas CPI’s que sempre acabam em pizza ou mesmo que o judiciário acabe com a corrupção. Para acabar com a corrupção é preciso que nós trabalhadores nos mobilizemos para exigir medidas concretas, como:

· Prisão de todos os corruptos e corruptores, bem como devolução das verbas obtidas ilicitamente;

· Corte imediato de todos os privilégios! Redução dos salários dos políticos ao nível do salário médio dos trabalhadores do país;

· Revogabilidade dos mandatos. Destituição dos parlamentares que, a qualquer tempo, votem medidas que prejudiquem os trabalhadores;

· Abertura de todas as contas de campanha eleitoral;

· Tempo igual na televisão para todos os partidos políticos. Contra a Reforma Política que pretende deixar apenas os partidos da burguesia;