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Pelo direito à vida, ao trabalho e moradia! Contra a violência policial e o capitalismo!


25 de setembro de 2014

vão trabalhar, parem de trabalhar

Na terça-feira dia 16 de setembro a tropa de choque da PM de São Paulo realizou uma reintegração de posse de um prédio que estava ocupado por famílias de trabalhadores sem teto no centro de São Paulo. Houve resistência dos trabalhadores, e a polícia como sempre agiu com extrema violência, transformando o centro da cidade numa praça de guerra.

Na mesma semana, na quinta-feira dia 18, uma operação da polícia para remover vendedores ambulantes de uma rua comercial no bairro da Lapa, na zona oeste da cidade, terminou em tragédia, quando um policial atirou e matou o trabalhador Carlos Augusto Muniz. Na sequência, houve protesto dos ambulantes nas ruas da região contra a violência policial, terminando com algumas detenções.

Esses dois episódios em uma mesma semana mostram que a política de repressão aos movimentos sociais e criminalização da pobreza continua em andamento, mesmo depois de terminada a Copa do Mundo. O aumento da repressão já vinha acontecendo antes da Copa, se acentuou durante o evento e continua agora. Nas periferias das grandes cidades, segue em andamento um verdadeiro genocídio da juventude negra, nas mãos de uma polícia que atira primeiro e pergunta depois. Não se trata de fatos isolados nem de coincidências, mas de uma linha consciente de ação ditada pelos que comandam a polícia e os órgãos de repressão, que adota o máximo de violência como método, e que em última instância é a responsável pelas mortes.

A escalada repressiva é uma linha comum de todos os partidos capitalistas nos governos federal, estaduais e municipais, tanto os do bloco do PT-PMDB como os do bloco da oposição burguesa PSDB-DEM. Todos governam para a classe capitalista, os banqueiros, industriais, latifundiários, construtoras, e vão usar de violência contra os trabalhadores. Em pleno período eleitoral, quando somos bombardeados com propagandas superficiais das figuras que querem continuar mandando no país, as autoridades dão um recado muito claro, mostrando que a repressão e o autoritarismo vão continuar. As eleições são apenas uma fachada para essa ditadura disfarçada em favor da classe dominante.

Para proteger os interesses da especulação imobiliária e do capital comercial, a polícia espanca e mata. Em São Paulo há 400 mil imóveis vazios (http://amspa.org.br/noticias/iptu_progressivo.php) e 230 mil famílias sem teto (http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/09/para-ele-parar-de-jogar-bomba-diz-menino-que-abracou-policial-em-sp.html). Ou seja, o número de imóveis ociosos seria mais do que suficiente para oferecer moradia para todos. Somente numa sociedade capitalista profundamente injusta e desigual pode acontecer de famílias que não tem onde morar sejam tratadas com extrema violência pelo “crime” de ocupar imóveis ociosos que estão à espera dos lucros da especulação imobiliária.

Da mesma forma, os trabalhadores que não encontram emprego e tentam sustentar sua família com o comércio informal pagam com a vida por desafiar o monopólio do grande comércio. O Estado mostra que está sempre a serviço dos interesses dos poderosos e usará de violência sobre os trabalhadores. Temos que nos organizar para resistir contra esse sistema e seus agentes. Temos que denunciar a violência e o autoritarismo dessa democracia de fachada.

Abaixo a violência policial! Punição para os assassinos fardados! Punição para toda forma de abuso de poder!

Expropriação dos imóveis ociosos para reforma urbana! Moradia e trabalho para todos!

A barbárie está colocada. Uma sociedade que gira em torno do lucro produz esse tipo de relações. Mais do que nunca, é o socialismo ou a barbárie!

Não aceitemos a brutalização do ser humano, não perdoemos o assassinato dos trabalhadores, nem pelas armas dos representantes do estado, como aconteceu com o camelô Carlos Augusto Muniz, nem a conta gotas, com o desperdício cotidiano de nossas vidas dedicadas a enriquecer os patrões e minimamente subsistir.

Carlos Augusto Muniz presente! Todo ódio à polícia e aos capitalistas, todo apoio a cada trabalhador que luta e resiste!

SOCIALISMO OU BARBÁRIE!