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Manifestação contra a repressão no aniversário de São Paulo


25 de janeiro de 2012

 Na quarta-feira 25 de janeiro, aniversário da cidade de São Paulo, um conjunto de organizações da classe trabalhadora realizou uma manifestação unitária contra as políticas repressoras e de criminalização da pobreza que estão em curso na cidade, no estado e no pais. Os manifestantes apresentaram sua solidariedade aos trabalhadores barbaramente despejados pela polícia no bairro do Pinheirinho, em São José dos Campos, no domingo 22; e também aos moradores da favela do Moinho, em São Paulo, incendiada há algumas semanas, e ainda à população de rua vítima da ocupação policial da região da Luz, também conhecida como “cracolândia”.

A manifestação chegou a reunir cerca de 2 mil trabalhadores e estudantes, e começou com um piquete em torno da catedral da Sé, onde se rezava missa pelo aniversário da cidade, com a presença do prefeito e do governador. Os representantes do Estado tiveram que sair da igreja escondidos, pela porta dos fundos, cercados pelo repúdio dos manifestantes e protegidos pela costumeira truculência da polícia. Depois da Sé, a manifestação seguiu para a sede da Prefeitura, no viaduto do chá, indo se encerrar na cracolância.

 Esses atos de violência policial, e outros que já viemos presenciando desde o ano passado (como o tratamento aos grevistas de Jirau-RO e a desocupação da reitoria da USP), não são incidentes isolados, são parte de uma política consciente do conjunto das instituições do Estado, governos municipais, estaduais, federal, judiciário, etc., com a conivência da mídia, para criminalizar a pobreza. Os pobres são tratados como bandidos pelo crime de serem pobres, numa sociedade que nunca lhes deu chance, que traz a marca de séculos de exclusão e violência contra negros, mestiços, nordestinos, pobres, confinados aos piores empregos, aos piores bairros, às piores condições de vida.

Essa política não é exclusividade de um governante ou partido, mas é uma política de Estado, ou seja, do conjunto das instituições. Essa política de “higienização” social visa construir por meio da força bruta uma imagem “para inglês ver” de um Brasil “que dá certo”, empurrando os problemas sociais seculares (desemprego, subemprego, trabalho precário, desrespeito aos direitos, falta de moradia, de saneamento básico, de transporte público, de saúde, de educação, de lazer, de cultura) para debaixo do tapete, com os cassetetes policiais como vassoura contra os pobres.

   O chamado “Estado de direito” e a “democracia” em que vivemos são fachadas à serviço de uma elite brutal e mesquinha, que não tolera a crítica e a contestação dos trabalhadores, que são aqueles que constroem toda a riqueza social e são condenados a viver com migalhas. Além dessas instituições, a classe dominante conta também com a mídia, que bombardeia diariamente os trabalhadores com o veneno da mentira, do preconceito, do egoísmo, do consumismo.

   Contra esse bombardeio é nosso dever dizer que essa sociedade de exploração, violência e mentira não nos serve! A escalada de violência social é um dos indícios de uma sociedade em crise. Pois ainda que o Brasil esteja aparentemente “descolado” da crise capitalista mundial, a burguesia brasileira busca agir “preventivamente” e reprimir a contestação antes que a classe trabalhadora de conjunto possa se organizar. É contra a violência e a miséria que defendemos a construção de uma sociedade socialista, sem exploração do homem pelo homem, e com democracia de fato!

Defendemos:

Reforma urbana já, expropriação dos imóveis ociosos, direito à moradia para todos!

Fim da violência policial! Abaixo a repressão! Pelo livre direito à manifestação!

Não à criminalização dos movimentos sociais!

Fora polícia do Pinheirinho! Fora polícia da favela do Moinho! Fora polícia da Cracolândia!

Abaixo a política de internação compulsória, por assistência real aos usuários de drogas, por uma política de redução de danos!

Liberdade para os presos políticos!