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Chega de prisões! Todo apoio à luta dos estudantes da UNESP!


17 de julho de 2013

O dia hoje amanheceu com mais de 100 estudantes da UNESP detidos no 2ºDP, no Bom Retiro, em São Paulo, após reintegração de posse da reitoria, ocupada ontem a noite pelos estudantes.

A luta dos estudantes da UNESP segue já há 3 meses, tendo os estudantes ocupado a reitoria, no Vale do Anhangabaú, pela segunda vez nos últimos dois meses. A luta na UNESP hoje faz parte do mesmo contexto em que se situam diversas outras lutas encampadas nas universidades públicas pelo país nos últimos anos.

Estudantes da UNESP sendo levados ao 2 DP.
Estudantes da UNESP sendo levados ao 2 DP.

Não é novidade que as universidades públicas hoje não constituem um espaço que acolha os trabalhadores e seus filhos. Mas para agravar ainda mais esta realidade, já há algum tempo as universidades públicas sentem o impacto do avanço da privatização e do corte de verbas como política dos governos para favorecer as empresas às custas do acesso dos trabalhadores ao ensino superior público. Assim, a universidade pública sofre com uma educação ameaçada pela lógica do lucro, precarizada, com sua produção de conhecimento voltada para interesses privados, atendendo, assim, cada vez menos aos interesses de quem dela realmente precisa, os trabalhadores. A UNESP, particularmente, têm sofrido com o atraso do pagamento das bolsas, com moradias superlotadas, políticas de permanência quase inexistentes, filas desesperadoras nos restaurantes universitários etc.

Mesmo assim, seguindo os bravos exemplos que o movimento estudantil tem dado nacionalmente, os estudantes da UNESP têm resistido, lutando por uma universidade pública acessível aos trabalhadores e contra a consolidação de mais um espaço elitista. A luta é por medidas que garantam a permanência estudantil, como a construção e ampliação dos restaurantes universitários, da moradia estudantil e a ampliação das bolsas. A reitoria tem fugido das negociações e de cumprir com os compromissos firmados, deslegitimando o movimento e assim levando os estudantes a ocupar novamente o prédio da reitoria.

Da mesma forma que o estudantes da UNESP fazem parte de uma luta maior contra um projeto, sofrem igualmente com um processo maior de tentativa dos governos de sufocar esses movimentos, entrando, assim, para o clube que é cotidianamente vitimizado com o avanço da repressão. Em Franca e Araraquara estudantes já vem sofrendo sindicâncias por lutarem.
Nesta madrugada, por volta das 5h 30, a reitoria e o governo estadual enviaram grande efetivo da tropa de choque, que, sem qualquer diálogo, concretizaram a reintegração de posse do prédio da reitoria. Os estudantes já possuíam advogados de prontidão, mas, como sempre, a ação foi feita com policiais sem identificação, sem mandato e oficial de justiça e com a costumeira truculência. Os estudantes foram levados à delegacia e fichados, sendo liberados aos poucos. Processos criminais certamente virão e devemos nos colocar prontamente contra.
Repudiamos a atitude truculenta da polícia e da reitoria da UNESP e nos colocamos em solidariedade á luta dos estudantes da UNESP e à luta geral por ensino público, gratuito e de qualidade à serviço dos trabalhadores. Chega de repressão aos que lutam!

Pelo fim das sindicâncias já em curso e não aos processos!
Liberdade imediata aos estudantes presos!
Não à privatização e ao sucatemento das universidades!
Por ensino público, gratuito, de qualidade e a serviço dos trabalhadores!

 

Espaço Socialista, 17 de Julho de 2013