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Nota de repúdio à ação fascista na UFAL


7 de outubro de 2016

Na tarde da última terça-feira (04/10), dois homens ameaçaram estudantes e professores no Instituto de Ciências Humanas Comunicação e Artes (ICHCA), da Universidade Federal de Alagoas. Um deles, que é delegado nacional do Partido da Reedificação da Ordem (Prona), publicou uma foto em seu facebook, na qual ele aparece usando uma camisa do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ). Em sua companhia, há um outro rapaz uniformizado como soldado. Este, ciente de sua ação criminosa, escondeu o seu rosto com um pano. Ambos estão no ICHCA, posando em frente a uma parede, onde há um desenho dos revolucionários Karl Marx e Friedrich Engels.

Na descrição da foto, a dupla se apresenta enquanto partidária do nacionalismo, defensores da “Repressão constante e massiva”. Situam-se além dos “grupelhos de ‘direita’” e, “corajosos”, dirigem ofensas aos estudantes, aos professores e aos demais trabalhadores que convivem no instituto, descrito por eles como um “antro de degenerados”.

Ainda em sua postagem, o fascista ensina como bater continência corretamente para homenagear Jair Bolsonaro, deputado federal que defende a ditadura militar, bem como o crime de estupro. Ademais, Bolsonaro defende o extermínio de pessoas LGBT, negras e indígenas. É um parlamentar declaradamente fascista que deve ser derrotado politicamente em nossa luta contra o capitalismo. Por fim, a dupla mencionou retornar ao bloco com uma “tropa” para “limpar esse pandemônio”, referindo-se não só ao ICHCA, mas ao conjunto da universidade, nos espaços onde a esquerda se fizer presente.

Em ação, a dupla arrancou cartazes de atividades relacionadas ao socialismo, que estavam nos murais do instituto. Eles também agrediram verbalmente um grupo de estudantes e uma professora presentes no momento. No comentário da sua foto, o fascista alega que o suposto soldado estava armado.

 

Recua fascismo, recua!

Essa situação precisa ser compreendida como mais um caso de demonstração de violência e de intolerância aos movimentos políticos de esquerda. Em outras universidades, militantes fascistas promovem ações semelhantes, sem nenhum constrangimento. A onda verde e amarela que tomou conta das ruas em manifestações orientadas pelo MBL (Movimento Brasil Livre) e por partidos políticos que articularam o golpe parlamentar contra o governo do PT precisa ser combatida, pois a história nos ensina que o fascismo é uma ideologia política que se expressa na perseguição covarde não só aos socialistas, aos comunistas ou aos anarquistas. Em suas maiores expressões, o fascismo de Benito Mussolini e de Adolf Hitler, perseguiu e matou milhares de trabalhadores considerados inferiores pelos seus algozes. Em correspondência ideológica, no Brasil, o integralismo de Plínio Salgado também defendia o uso da violência contra a livre organização dos trabalhadores.

Na UFAL, os docentes, os técnicos e os estudantes discutem a possibilidade de construção de uma greve geral. Estamos num momento em que trabalhadores de diversas categorias tentam se articular numa mobilização conjunta contra os ataques do governo Temer. Contudo, posições conservadoras anti-greve geral, bem como posições extremistas de direita, como essa dos fascistas, não contribuem em nada para o avanço do movimento na sua luta contra a retirada de direitos que acontecem atualmente no Brasil (PEC 241, PLP 257, Reforma do Ensino Médio, Escola sem Partido e etc.).

 

Reação política: mobilização e enfrentamento

Em resposta ao acontecimento, o movimento estudantil da UFAL está articulando uma manifestação dentro da universidade, a fim de promover um debate acerca da seriedade e das conseqüências dessa provocação fascista.

O Espaço Socialista se soma nessa mobilização para combater o avanço de agrupamentos como o Prona. Partidos políticos desse tipo são contrários ao livre debate de idéias e à organização da classe trabalhadora. Ou seja, tais organizações só servem, direta ou indiretamente, aos interesses dos parlamentares da direita, aos empresários, aos banqueiros, aos latifundiários e a todos aqueles que defendem que a desigualdade social e a exploração do trabalho são justificáveis em uma sociedade baseada na ditadura do livre mercado.

     Fascistas não passarão!