Desde março de 2019 o Espaço Socialista e o Movimento de Organização Socialista se fundiram em uma só organização, a Emancipação Socialista. Não deixe de ler o nosso Manifesto!

Não Participamos dos Atos Pró-Impeachment, mas somos oposição de esquerda ao governo Dilma. Por Uma Saída dos trabalhadores baseada nas lutas e organizações de base!


11 de março de 2015
BANDEIRAS5
A partir de uma situação de endividamento e dificuldades crescentes de setores da classe trabalhadora e da classe média, num quadro de destruição dos serviços públicos como Saúde e Educação, com o país em recessão e aumento do desemprego criou-se uma situação de desgaste do governo Dilma. Esse desgaste é ainda maior por Dilma estar contrariando promessas públicas de campanha de que não haveria cortes de projetos e direitos, pois o profundo ajuste fiscal vai ao sentido oposto.
Outro elemento que beira a indignação é o bilionário esquema de corrupção envolvendo nomes aliados ao governo e que o PT se afundou, pois optou em governar junto com a burguesia e seu Estado e não com os trabalhadores e movimento para manter o capital financeiro e a burguesia auferindo altos lucros.
Diante da falência do projeto de governo do PT como alternativo e da perda dos referenciais mais gerais para a esquerda e para os trabalhadores, ganham espaço pela mídia os chamados ao impeachment agora marcados para o dia 15/03 em várias capitais.
O “panelaço” e outras manifestações como o piscar de luzes e gritos nos prédios de bairros de classe média teriam sido o prelúdio do ato do próximo domingo. Seus organizadores falam em levar 100 mil pessoas às ruas.
Mas, os Atos pelo impeachment convocados por setores da direita (revoltados online, etc.), na prática, apontam para a entrega do governo diretamente para o PMDB (Michel Temer é o vice) ou para parlamento (nesse caso assumiria Eduardo Cunha, também do PMDB) ou para o Judiciário (nesse caso assumiria o presidente do Supremo, Lewandovski) ou, no limite, uma intervenção militar.
Em todos esses casos vemos que seria piorar ainda mais as coisas para a classe trabalhadora, especialmente para os direitos das mulheres, da discussão sobre a legalização do aborto, raciais, dos LGBTs, das drogas, movimentos sociais de conjunto, etc. O discurso alimentado cotidianamente por parte de setores da mídia, igrejas, e de todos os partidos de direita busca impor um retrocesso reacionário ao país, mas que se antes tinha representantes caricatos, tidos como desequilibrados (como Bolsonaro, Feliciano, etc.), agora são tem políticos tidos como ilustres e firmes como é o caso de Eduardo Cunha (PMDB), eleito presidente do Congresso.
Por esses elementos o Espaço Socialista é contra o Impeachment nesse momento e nos termos em que estão colocados! Não participamos de Atos pelo impeachment! 
Esse rechaço a proposta de impeachment significa que não apoiamos o governo Dilma e nem o PT! Entendemos, justamente, que esse governo se colocado como um governo à direita atacando dos direitos dos trabalhadores, aplicando um tarifaço, restringindo os investimentos sociais e reprimindo as lutas para que sobre mais dinheiro para o pagamento dos juros da Dívida Pública, etc. É um governo corrupto e inimigo dos trabalhadores e que não merece nosso apoio. Tanto é assim, que serve perfeitamente ainda para continuar no poder para o empresariado, haja vista que, no momento, não é essa a política dos principais setores da burguesia, pois ainda se valem da capacidade do PT de deixar de impulsionar as lutas dos trabalhadores ou freá-las quando vão contra os seus interesses.
Também rejeitamos compor os Atos de defesa do governo Dilma, chamados para o dia 13/03 em várias cidades.
Reafirmamos a nossa oposição de Esquerda ao governo Dilma! A nossa luta é contra a destruição dos serviços públicos, do desemprego, da precarização do trabalho, dos ataques aos nossos direitos, contra a criminalização dos movimentos sociais, contra a repressão à luta!
Defendemos um Fórum Unitário de Lutas Antigovernista e Antiburocrático que unifique as lutas dos trabalhadores, dos desempregados e da juventude, que construa um Dia Nacional de Lutas com Paralisações e que apresente para o conjunto da sociedade todas as demandas dos diversos setores da classe trabalhadora, etc.
Além disso, é preciso avançarmos num Programa Socialista Revolucionário para fazer frente aos ataques e disputar tanto com a direita reacionária quanto com o PT.
Defendemos que as entidades e correntes de esquerda realizem uma imediata Campanha para o Não Pagamento da Dívida Pública e investimento do dinheiro (cerca de 1,35 trilhão previstos somente em 2015) nos serviços públicos (Educação, Saúde, transporte e moradia). Se os trabalhadores conseguirem impor uma situação como essa aí sim poderemos dizer que é uma conjuntura favorável à classe trabalhadora.

A partir das lutas da classe trabalhadora enfrentando os planos de austeridade do governo Dilma e da oposição de direita (pois nisso ambos os blocos estão unidos) e com o surgimento ou fortalecimento de organismos de base e de referenciais de esquerda e socialista é que estará colocada a possibilidade de um Fora Dilma e até de um Fora Todos com os trabalhadores em luta e assumindo não apenas o controle democrático das decisões políticas, mas principalmente sobre os meios de produção e distribuição da riqueza social.