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Todo apoio às lutas: greves na USP, judiciários…


17 de junho de 2010

Ao contrário do que dizem a imprensa e o governo, a crise econômica não acabou. A economia cresce artificialmente graças à facilidade para se obter empréstimos, ou seja, graças ao endividamento. O governo também se endividou fazendo empréstimos e fornecendo dinheiro para ajudar as empresas, e terá que economizar dinheiro, cortando despesas nos serviços públicos. Ou seja, o governo terá menos dinheiro para gastar naquilo que os trabalhadores precisam: escolas, hospitais, transporte público, etc. Outra forma de economizar é congelar os salários dos servidores.

É uma situação semelhante a da Grécia, em que os trabalhadores têm feito várias greves gerais para defender seus direitos trabalhistas. O Brasil ainda não está na mesma situação porque as dívidas do governo, embora altas, ainda estão sendo pagas. A situação parece estar sob controle e deve continuar assim, pelo menos até as eleições, pois o próximo governo, seja ele qual for, terá que ser mais duro contra os trabalhadores para continuar ajudando os empresários.

O governo já se adiantou e vêm utilizando formas de repressão que estão sendo usadas contra aqueles que ousam lutar.

Um Congresso corrupto vota leis que defendem a propriedade privada e os lucros dos empresários. A Justiça, formada por membros da classe dominante, julga e manda a polícia e as forças armadas para matar e prender os trabalhadores. E quando os trabalhadores que estão em luta são mortos, os assassinos e seus mandantes saem livres. Um governo que se diz democrático e popular ajuda os empresários e deixa os trabalhadores serem atacados.

Como patrão dos servidores públicos, o governo endurece contra as greves. Trabalhadores/as da USP, UNESP e UNICAMP, servidores do judiciário estadual e federal estão em greve há mais de 30 dias enfrentando o governo e a repressão. É o caso dos servidores da USP(cuja reitoria mandou cortar o ponto dos grevistas), UNESP E UNICAMP. Na greve dos servidores da justiça federal, está sendo exigido que 60% dos trabalhadores permaneçam em serviço, ou seja, na prática, querem impedir que os trabalhadores entrem em luta e usem o direito legítimo de greve para defender seus salários e condições de vida. Essas greves precisam de todo nosso apoio, pois a imprensa patronal boicota todas elas.

O governo não dá aumento porque quer direcionar todo o dinheiro para o pagamento da dívida externa e para ajudar os banqueiros. O governo, com essa política, escolheu o lado dos ricos e poderosos. E nós também escolhemos o nosso: estamos incondicionalmente do lado dos trabalhadores, que lutam.

Outra questão importante é a luta contra a criminalização dos movimentos sociais. Mesmo que tenhamos críticas aos dirigentes do MST, somos solidários aos que estão na linha de frente das ocupações e da resistência, que enfrentam diariamente a morte, a perseguição e a prisão por lutarem contra o latifúndio.

Mesmo que não estejamos no mesmo partido do companheiro Aldo Santos, ex-vereador de São Bernardo, não podemos aceitar a perda dos direitos políticos como punição por sua luta em defesa dos sem-teto, enquanto políticos burgueses corruptos, assassinos, etc., permanecem à solta.

As discordâncias no interior do movimento dos trabalhadores devem ser discutidas democraticamente. Quando se trata do enfrentamento com a classe dominante e seu governo, que está matando, prendendo, perseguindo, demitindo, punindo os lutadores e grevistas, a solidariedade deve ser incondicional. Os ataques contra qualquer militante de esquerda são ataques contra todos nós e contra a classe trabalhadora.

Diante desses ataques, todas as forças devem se unir entorno de uma ampla campanha nacional em defesa das lutas dos trabalhadores, exigindo direitos democráticos, direito de greve e de manifestação para os que lutam e a prisão dos assassinos, mandantes e dos cúmplices que se escondem atrás de um terno. Em relação às greves é importante que as entidades, além de apoiarem politicamente, também façam campanha de doações para o fundo de greve dos trabalhadores em greve.

  • Todo apoio às greves dos trabalhadores da USP e do Judiciário!
  • Não às punições contra os grevistas e lutadores!
  • Liberdade para todos os militantes dos movimentos sociais presos, vítimas de perseguição política!
  • Expropriação do latifúndio e do agronegócio! Terra para todos os trabalhadores do campo!
  • Reforma Agrária e Urbana sob o controle dos trabalhadores!
  • Moradia para todas as vítimas de enchentes e deslizamentos!
  • Prisão para todos que atentam contra a vida dos trabalhadores!
  • Extinção das milícias armadas, financiadas e mantidas pelo latifúndio!
  • Solidariedade, apoio político e ajuda concreta aos companheiros acampados do MTST