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Boletim 13 – Bancos lucram bilhões… e para o bancário… nada


25 de fevereiro de 2009

BANCOS LUCRAM BILHÕES… E PARA O BANCÁRIO… NADA

 



Em um país no qual milhões de pessoas estão submetidas à miséria, ao desemprego, aos péssimos salários, os banqueiros lucram bilhões (lucratividade média de 40%). A cada ano seus lucros aumentam às custas da exploração dos trabalhadores bancários e também às custas da população com a cobrança de taxas caras e absurdas. No entanto, no momento da campanha salarial, os banqueiros têm a cara de pau de oferecer 0%. Isso não nos causa nenhuma estranheza, pois os capitalistas acumulam suas fortunas pela apropriação do trabalho alheio. Nós trabalhamos e eles ficam ricos. A história tem demonstrado que os interesses dos trabalhadores e dos patrões são opostos.

Mas, não são só os bancos privados que têm provocado os trabalhadores, pois os bancos públicos (BB, CEF, etc), apesar da lucratividade superior a dos privados, vão no rastro dos privados e apresentam a mesma proposta. Essa situação é muito grave porque parte importante do lucro desses bancos vai para o Tesouro Nacional e para o pagamento das dívidas externa e interna.

A primeira conclusão importante é que tanto os bancos públicos como os privados estão juntos nesse ataque aos trabalhadores.



 

APESAR DOS BANQUEIROS, DOS SINDICATOS, DO GOVERNO, DA CUT, OS BANCÁRIOS RESISTEM E PODEM VENCER

 



Em uma atitude histórica e heróica os trabalhadores bancários do país responderam à provocação dos banqueiros e saíram à greve. O ato heróico dos bancários ganha em tamanho porque também teve que passar por cima das diretorias sindicais ligadas à CONTRAF/CUT, que fizeram de tudo para que a greve não saísse e não prejudicasse o seu candidato a presidente. A direção sindical vinha apostando erroneamente nas negociações (foram 5 reuniões sem que os banqueiros saíssem do 0%).

Em muitos Estados, bancários deixaram para trás os dirigentes sindicais e impuseram a greve. A partir da paralisação dos trabalhadores em vários estados, os banqueiros foram obrigados a apresentar outra proposta (ainda muito ridícula) de 2,85%. Essa é a prova de que só uma luta forte e nacional que envolva trabalhadores de bancos públicos e privados pode dobrar os banqueiros sanguessugas. Essa campanha salarial tem demonstrado que só a luta pode fazer com que nossas reivindicações sejam atendidas.

Em São Paulo a traição foi ainda mais criminosa porque, como já dissemos, o sindicato apostou nas negociações e deixou os bancários do restante do país – que já estavam em greve por tempo indeterminado há mais de 10 dias – isolados em sua luta. O centro financeiro do país somente entrou em greve depois de vários dias de paralisação no restante do país.

A direção do sindicato de SP mais parece representar os banqueiros do que os bancários, ou seja, com uma direção sindical dessas os patrões deitam e rolam.



 

 

AMPLIAR A GREVE PARA TODOS OS BANCOS – PRIVADOS E PÚBLICOS – DE TODAS AS REGIÕES

 



Todos sabemos da teimosia e insensibilidade dos banqueiros. Se não for por pressão e mobilização eles não vão ceder. Negociação sem mobilização não dá em nada.

Como parte da traição da direção do sindicato, os bancários dos bancos privados estão abandonados à própria sorte. Uma greve bancária, para demonstrar a sua força, não pode deixar ileso o coração financeiro do país que é a Avenida Paulista, onde se localizam muitas concentrações importantes e sedes de bancos que têm funcionado normalmente.

Para incorporar os companheiros dos bancos privados é necessário a organização de piquetes e passeatas nas agências desses bancos e a formação de comandos de greve pela base, possibilitando a participação de trabalhadores nesses comandos. É preciso criar uma política para os bancos privados, levando em consideração todas as suas debilidades no que diz respeito à possibilidade de mobilização interna. É preciso colocar em pauta o direito à estabilidade no emprego, que é na verdade a pedra fundamental para fortalecer a atuação concreta desses trabalhadores e para que a luta da categoria siga, de fato, unificada.



 

CONSTRUIR UMA OPOSIÇÃO FORTE E DEMOCRÁTICA

 



Para que essa e outras lutas sejam vitoriosas a organização da Oposição Bancária (MNOB) é fundamental. A existência de sindicatos comandados por diretorias ligadas à CUT é um entrave às nossas lutas. Em toda greve se repete sempre a mesma situação: temos que enfrentar o governo, os banqueiros e também os sindicatos cutistas, ou seja, até aqueles que supostamente deveriam estar do nosso lado, isto é, os dirigentes sindicais estão do outro lado da trincheira.

Mas é necessário aperfeiçoar o funcionamento da Oposição. As decisões devem ser tomadas pelo conjunto dos seus membros, sem monopólio de nenhum grupo. É preciso que os interesses do movimento de conjunto estejam acima dos interesses particulares de cada grupo/partido. Essa é uma lição que temos que tirar dessa experiência da luta da categoria com suas atuais direções burocráticas cutistas. Ou seja, precisamos apresentar formas alternativas de organização e de decisão pela base. Temos que apresentar a Oposição como alternativa de direção à categoria não só nos momentos de greve, mas durante todos os enfrentamentos cotidianos.

É preciso que a Oposição seja não apenas um grupo que se coloca contra a direção do sindicato, mas que seja de fato diferente da direção cutista. Precisamos de uma Oposição democrática, aberta a todos os trabalhadores bancários, sejam eles independentes ou organizados em tendências.

Por isso, venha ajudar a construir a Oposição Bancária (MNOB), formado por trabalhadores como você: que não têm rabo preso com os patrões nem  com o governo. Em 2004, a Oposição ajudou à construir a greve vitoriosa de trinta dias que o governo, a CUT  e os banqueiros tentaram nos derrotar e que nesse momento joga suas forças para impulsionar um COMANDO NACIONAL DE BASE, que coloque os interesses dos bancários em primeiro lugar construindo e fortalecendo uma greve nacional unificada dos bancários de todo o país.

Nós, militantes do Espaço Socialista, pensamos que essa é uma das muitas formas da Oposição contribuir com a luta dos bancários.



 

CONSTRUIR UMA ALTERNATIVA SOCIALISTA

 



Somos uma organização socialista que luta contra o capitalismo e todas as suas formas de exploração e opressão (como o machismo, o racismo, homofobia, etc). Lutamos contra a propriedade privada, construída graças a apropriação daquilo que os trabalhadores produzem, ou seja, construímos casas e moramos na favela ou nos cortiços, construímos carros e andamos nos ônibus lotados e inseguros, enfim, nada daquilo que produzimos pode ser utilizado para a sociedade. A nossa categoria é um bom exemplo de como é o capitalismo: milhões nada têm e poucos detêm a riqueza produzida.

Também lutamos pela estatização de todo o sistema financeiro com controle dos trabalhadores, de forma que possamos financiar a pequenas taxas de juros a construção de casas para os trabalhadores, escolas, hospitais, etc. Mas para isso é necessário derrotar os capitalistas que nunca vão querer largar esse filé.



 



VOTO NULO NELES!



 



No 2º turno dessa eleição também defendemos o VOTO NULO porque os dois candidatos já deram mostras que governam para os ricos e banqueiros. Para os pobres sobram as migalhas, como bolsa-escola e outros tantos programas assistenciais.

A burguesia está muito bem servida nessas eleições. De um lado, ela tem Alckmin, o candidato Daslu/Opus Dei, com um programa neoliberal agressivo. Do outro, ela tem Lula, o operário padrão do imperialismo, que também implanta o neoliberalismo (vide reforma da previdência). Outro importante serviço que Lula presta aos patrões (industriais e banqueiros) é o controle sobre as organizações do movimento social (CUT, UNE, MST, etc.). Não dá para escolher entre o ruim e o pior. Na realidade, não há voto útil.

Só a luta muda a vida! Lutar é preciso, votar não é preciso! Nossos sonhos não cabem nas urnas!

Se você quer conhecer o conjunto das nossas propostas entre em contato com o ESPAÇO SOCIALISTA.